De trais pra diante

Foto: Heduardo Kiesse/Olhares

Era cunversa de ingraxate. Mai gente grande tamém sabia proseá daquele jeito. E quem mai sabia dessa conversa de trais pra diante ô de trais pra frente, ai que tristeza, quem mais sabia dela já morreu: o Rube Olivera Bisson, radialista i jornalista, nego alegre, amigo lear. E Cuco Tacra tamém sabi, árabe bão que inté dava gosto de vê. Daquela negadinha toda, sobrô acho que só o Idílio Gianetti, ainda vivo graças ao bom Deus, mai cansado pra mai de metro, como ele memo costuma contá. Ozotro que anda por aí, daqueles tempo de trais pra frente, deve tá tudo meio caduco, se num tivé caduco de intero.

Sendo de ansim, quem quisé que adivinhe como esse pessoar falava, cunversa de ingraxate caipiracicabano e de gente das grande, malandra de se vê. Só pra se tê uma idéia: mãe éema; filho é lhofi. Logo, quando dois ingraxate se incontrava perto da Catedrar, um já ia dizeno:

– Oi, lhofi da ema!

E o outro:

– Eu, lhofi da ema? Lhofi da ema damer manhune. Se sô lhofi da ema cevo é um lhofi da tapu, lôfá?

– Cevo vá pra tapu que riupá. Vá se dêfu, qué que eu dê um techu no seu cossa? Quando eu côta, eu côta rodu. E fim de popa!

E o primeiro encerra a conversa:

– Vá se defu, meu. Vá matô no uc da ema.

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