50 anos do Salão de Belas Artes

Em 1º de agosto do ano de 2003, completou-se o cinqüentenário do Salão de Belas de Piracicaba, criado pela lei 354, de 25 de abril de 1953, de autoria do vereador Antônio Stolf e pelo decreto nº190, de 13 de maio de 1953. Naquele ano, Piracicaba estava em grave crise política. Era prefeito, o médico Samuel de Castro Neves, já combalido pela idade e por estar enfermo. Na presidência da Câmara, estava o advogado – que assumiria a Prefeitura, substituindo Samuel – João Basílio.
O primeiro salão foi organizado por três personalidades piracicabanas: o artista plástico Archimedes Dutra, o escritor David Antunes e o jornalista e médico Fortunato Losso Netto. Foram eles, também, os membros dos júris de seleção e de premiação. E o detalhe curioso: Archimedes Dutra e Losso Netto expuseram, também, trabalho àquele primeiro salão que teve sua exposição na Câmara Municipal de Piracicaba, no prédio antigo.
Era um tempo em que as lideranças políticas exerciam, realmente, grande influência nas cidades interioranas. Tanto assim que, no livreto informativo do salão – impresso pela Tipografia do Jornal de Piracicaba – as homenagens prestadas eram ao Governador Lucas Nogueira Garcez, aos deputados piracicabanos Valentim Amaral, João Pacheco e Chaves, Athié Jorge Cury e Luiz Dias Gonzaga.

Homenagens póstumas
O I Salão de Belas Artes iniciou-se com homenagens póstumas significativas, expondo-se trabalhos dos homenageados. O primeiro deles foi Miguelzinho Dutra, com exposição de desenhos e impressões. Em seguida, Joaquim Bueno de Mattos, discípulo de Almeida Júnior, com paisagens, natureza morta e estudos; Antônio de Pádua Dutra, natureza morta; Ernesto Thomazi, natureza morta. E o pai da última geração dos pintores Dutra, Joaquim Miguel Dutra, com paisagens e estudos, principalmente uma “Paisagem do Bongue”.
Trabalhos expostos
Os mais renomados artistas piracicabanos – e alguns que se tornariam respeitados e admirados ao longo do tempo – participaram daquele I Salão. Foram eles, pintura a óleo:
Adair Aparecida Marrach (dois quadros), Alberto Thomazi, Alípio Dutra (três), Álvaro P. Sêga (dois), Antônio Pacheco Ferraz (três), Archimedes Dutra (cinco), Benedicto Evangelista Costa (dois), Eugênio Nardin, Eugênio Luiz Losso (quatro), Faustino F.Souza (dois), Fortunato Losso Netto(dois), Italo Durço, João (Joca) Adâmoli (três), João Dutra (cinco), João Franco Nascimento (três), Manoel Rodrigues Lourenço (dois), Maria Piffer, Mário Campos Pacheco (dois), Olavo Ferreira da Silva (dois), Frei Paulo Maria de Sorocaba (três), Salvador Rodrigues Junior (dois), Salvador Santisteban (dois).

Em aquarelas, apresentaram-se os artistas: Estevam Coelho, Gilberto Dutra (três) e Olavo Ferreira da Silva.
Reconhecimento
A importância da realização do I Salão de Belas Artes de Piracicaba foi tal que a abertura contou com a presença do Chefe da Casa Civil do Governo de São Paulo, o escritor Leão Machado. A realização, idéia inicial de Archimedes Dutra, foi saudada como “renascimento do clássico ambiente de cultura da cidade”, nacionalmente conhecida por seus pintores, músicos e escritores.

Ilustração: (Vale do Rio Piracicaba, óleo sobre tela de Archimedes Dutra (reprodução do livro “Os Artistas Dutra, oito gerações”, de Augusto Carlos Ferreira Velloso). O artista foi um dos organizadores do Salão.)

2 comentários

  1. masuren leni de roque em 04/10/2015 às 10:02

    Gostaria de saber se Piracicaba já realizou alguma homenagem ao pinto Antônio Godoy Moreira (1900-1975) e se dispõe de informações sobre ele, porque tenho estudado a sua vida e obra e poderia colaborar para este empreendimento

    Mauren Leni de Roque

    • mauren leni de roque em 04/10/2015 às 10:05

      o comentário está escrito acima

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