Os Dutra, herdeiros de Miguelzinho (1)

Piracicaba foi, desde seus primeiros tempos, lugar privilegiado de cultura e arte. Continua sendo. Músicos, compositores, pintores, escritores, poetas, escultores, atores, atrizes – a marca artística de nossa gente se tornou conhecida em todo o Brasil. E, em alguns momentos, também no Mundo. E, sem qualquer resquício de dúvida, há um patrono de todas as nossas artes: o Miguelzinho, Miguel Archanjo Benício do Assumpção Dutra, o ituano que resplandeceu em Piracicaba.

A PROVÍNCIA pretende manter viva a obra e memória de nossos artistas e intelectuais. Começando pelos “herdeiros de Miguelzinho”, rendemos outra homenagem ao patrono de nossas artes.

 

ALÍPIO DUTRA

Filho de Joaquim Miguel (Malvina) Dutra, Alípio nasceu em Jaú, em 29 de maio de 1891. Viveu, porém, em Piracicaba, onde estudou e se formou pela Escola Complementar (atual “Sud Mennucci”) em 1909. Tornou-se professor e, tendo recebido o Prêmio de Pensionato do governo paulista, foi estudar em Paris e Bruxelas, em 1913. Faz-se discípulo de grandes mestres como Marcel Baschet, Lucien Simon, mas retorna quando eclode a Grande Guerra.

Ingressa na carreira diplomática e, em 1919, retorna à Europa, trabalha em Bruxelas, no Havre e como adido comercial junto à Embaixada brasileira em Paris. Recebe importantes prêmios internacionais* e, também, a cruz da “Legião de Honra” do governo francês, em 1937.

Pintor premiadíssimo tanto nacional como internacionalmente, Alípio Dutra foi um perfeccionista mas com espírito boêmio. Desfazia-se de suas obras com facilidade. Foi, também, escritor e músico, destacando- se como flautista. Casou em primeiras núpcias com Maria José Rolim Dutra e, em segundas, com Anita Leme Dutra. Faleceuem São Paulo em 24 de janeiro de 1964.

*Ilustração: Reprodução do quadro Lavadeiras no rio, do livro “Os Artistas Dutra”, de Augusto Carlos Ferreira Velloso

 

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