Festa e folia do Divino

Além de seu caráter religioso e folclórico, a Festa – também chamada de Folia – do Divino é de uma plasticidade deslumbrante. Em Piracicaba, acontecendo no rio – o Encontro das Bandeiras – é uma das poucas festas fluviais do Divino . E tem todo um ritual. O “festeiro” é pessoa de confiança da Irmandade do Divino, sendo ele o responsável pela realização da Festa. A Irmandade tem quatro barcos, dois deles oferecidos pelo casal Arnaldo(Nida) Ricciardi, ele falecido.

A festa acontece na segunda quinzena de julho. Cerca de um mês antes, há o recolhimento de prendas. Oito dias antes de iniciar, há a “derrubada” dos barcos. Ou seja, eles são levados ao rio e recebem a bênção do padre capelão. De Quinta a Domingo, todas as noites há quermesse, cururu, danças, cuzcuz, leilão. Antigamente havia os tambus e as umbigadas. No Sábado, o Festeiro comanda a procissão que irá levar os Irmãos de Baixo até os barcos menores, eles com suas bandeiras. Retornam ao ponto inicial, são os Irmãos de Cima, o festeiro entra no barco grande com a sua comitiva levando a Bandeira do Divino. Estouram os rojões para avisar a saída do barco, sinal para os Irmãos de Baixo iniciarem a subida do rio, com os foliões e os cantadores. Uns descendo, outros subindo, o Encontro se dá com grande regozijo popular às margens do rio.

Ergue-se, então, o mastro com a bandeirola do Divino e celebra-se a missa campal. O povo usa as réplicas de bandeiras e faz e paga promessas. No Domingo, há a “procissão da passagem”, que é a entrega da Bandeira do Divino ao Festeiro do próximo ano. É uma festa de grande motivação popular que, no entanto, tem vivido em pouca harmonia com alguns setores da Igreja Católica.

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