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Sinos do Bom Jesus

Igreja-Bom-Jesus

Igreja Bom Jesus. (foto: acervo Cecílio Elias Netto)

Todos os piracicabanos que moravam no Bairro Alto, a partir da década de 1930, acordavam às 6 horas da manhã, mesmo que não se levantassem da cama. Quem os acordava era o sacristão António Correia, que levantava todos os dias às 5 horas e ia até a Igreja Bom Jesus tocar a Ave Maria. A emoção era coletiva e, à época, o mavioso som dos sinos alcançava o então pouco habitado bairro do Piracicamirim. Inaugurados em 1929, os sinos do Bom Jesus eram um encantamento a mais no cotidiano da cidade.

A canção deixava os devotos emocionados. Alguns chegavam a chorar. Outros rezavam e faziam o sinal da cruz. Dependendo da posição do vento, até os moradores mais distantes da igreja escutavam. E o sacristão repetia, ao meio-dia e às seis da tarde. Os sinos — dois grandes e três pequenos — foram fabricados em São Paulo e doados à igreja pela família Cardoso. O material era bronze puro e para tocar a Ave Maria foram colocadas sete cordas de aço. O badalar suave, o ritmo quase perfeito dos sinos e a devoção à Maria foram as principais razões que levaram Anuar Kraide e Jorge Chaddad a compor a música “Os Sinos do Bom Jesus”. O disco foi gravado em 1962, por Pedro Alexandrino. Cadê aquele badalar, cadê?

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