A HISTÓRIA QUE EU SEI (CXIX)

Estertores da ARENA
Em 1974, começavam os estertores finais da ARENA e a conseqüente ascensão do MOB. Nas eleições daquele ano, a posição do Prefeito Adilson Maluf, ainda que eleito pelo MOB, não estava inteiramente definida. A candidatura ao Senado de Carvalho Pinto, tentando a reeleição, era tida como imbatível. No entanto, a pouco e pouco, o jovem ex-prefeito de Campinas, Orestes Quércia, via crescer, nas pesquisas de opinião pública, o seu nome como candidato a senador pelo MOB. O prefeito Adilson Maluf não se posicionou com clareza, em eleições que reelegeram, também, os deputados Francisco Antonio Coelho e João Pacheco e Chaves, respectivamente para estadual e federal. A ARENA conhecia outra derrota, com a dobradinha Rubens Leite do Canto Braga e Domingos José Aldrovandi, a federal e a estadual. No Governo de São Paulo, Laudo Natel mostrava-se pragmático: atendia as reivindicações dos “Iaudistas” de Piracicaba mas, ao mesmo tempo, mantinha um bom nível de relações com o Prefeito Adilson Maluf que, na verdade, buscava administrar muito mais em função de amigos do que de seu próprio partido político. A ARENA conseguia sobreviver pela atuação de seus vereadores na Câmara Municipal, mas não tinha mais quem a representasse junto aos governos estadual e federal. Com a derrota naquelas eleições, Domingos José Aldrovandi acabaria afastando-se lentamente das atividades políticas. E, aconteceriam, em maio e junho, respectivamente as mortes de João Guidotti e de Guerino Trevizan. Começava a ascensão do MOB, Pacheco e Chaves reafirmava a sua liderança que ficara empalidecida nos anos anteriores e mais difíceis do golpe militar.Em 1974, em Piracicaba, destacava-se na Câmara Municipal o nome do vereador, em primeira legislatura, Jairo Ribeiro de Mattos, um professor da ESALQ que se cercara de respeito e de admiração dos que o conheciam. Egresso da antiga UON, da qual fora militante e simpatizante, Jairo Ribeiro de Mattos despontava como uma possível liderança que viesse a preencher o vazio que se estabelecera na vida política da cidade. Jairo era visto como um possível herdeiro do eleitorado udenista de Salgot Castillon e, ao mesmo tempo, político com perfil próximo de Luciano Guidotti, dado a realizações e iniciativas. No entanto, essas duas tendências conflitavam em Jairo Mattos, e isso se veria refletido em seu eleitorado, que nunca chegou a expandir-se.

Naquele ano de 1974, “O Diário” inaugurava as suas rotativas “off set”, as primeiras adquiridas por um jornal do Interior, mas as segundas a se implantarem pois, no processo de aquisição, o “Jornal da Cidade”, de Bauru, as havia inaugurado antes.

Foi uma revolução gráfica e industrial na imprensa de São Paulo. com a “off set”, viriam telex, teletipos, telefotos, rádiofotos, etc. Evaldo Vicente lançava a “Tribuna Piracicabana”. Piracicaba vivia momentos de transição A vitória do MDB, em todo o Estado, fora inequívoca. A ARENA entrava em seus estertores finais. Os “guidotistas” tentavam, ainda, investir num político jovem que também se destacava na Câmara Municipal: Benedito Fernandes Faganello. Nos esportes, Romeu Ítalo Rípoli – depois de um tempo de ostracismo e começando a recuperar-se de forte depressão – retomava ao E.C.XV de Novembro, para presidí-Io e tentar transformá-Io em um grande time de futebol.

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