A HISTÓRIA QUE EU SEI (XLI)

Ascensão de Aldrovandi
A renúncia de Jânio Quadros à Presidência da República, em Agosto de 1961, causou, também em Piracicaba, sentimentos de decepção, de inconformação e de radicalismos políticos entre os “janistas”. A renúncia não foi aceita como um ato de fraqueza ou tentativa golpista de Jânio Quadros. Os “janistas”, que se haviam empolgado com a chegada de Jânio à Presidência, mostravam-se frustrados, defendendo a atitude de seu líder. Duas das lideranças políticas piracicabanas, Salgot Castillon e Domingos José Aldrovandi – que mantinham posições municipais antagônicas – eram “janistas”. Aldrovandi houvera deixado o PTB, ingressando no POC. Salgot Castillon mantinha-se na UDN.

Nas eleições para deputado estadual, Salgot e Aldrovandi haviam sido eleitos. Mas a novidade era a posição adotada por Aldrovandi que, ainda outra vez, mudava de partido.

“Janista histórico” que era, Aldrovandi surpreendeu os companheiros ao ingressar no PSP “ademarlsta”. Tratava-se, na verdade, de quase uma imposição da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP) que decidira apoiar Adhemar de Barros, levando, assim, no mesmo barco, os candidatos a ela vinculados, inclusive Domingos José Aldrovandi.

Os candidatos ao governo de São Paulo, sucedendo Carvalho Pinto, eram: José Bonifácio Coutinho Nogueira, apoiado por Carvalho Pinto; Adhemar de Barros e o próprio Jânio Quadros, que se dispunha a reiniciar a sua caminhada. Os “janistas” dividiram-se também em Piracicaba. Agora, eram “carvalhistas” e “janistas”, uns que se alinhavam a Carvalho Pinto, outros que se mantinham fiéis a Jânio Quadros. O tronco do “janismo” rachava-se ao meio. E isso abriu a oportunidade para que, finalmente, Adhemar de Barros retomasse ao poder. E, com Adhemar de Barros no Governo de São Paulo, era Domingos José Aldrovandi – candidato eleito pelo PSP – quem se tornava porta-voz de Piracicaba junto ao governador. Salgot Castillon, eleito pela UDN, ficava na oposição.

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