​Daria um bom filme?

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Está muito em moda delatar. Delatar quer dizer denunciar, revelar (crime ou delito), acusar.  A história dos delatores nunca é muito boa, mas agora a delação ganhou prestígio em nosso país, pois, no momento político, quem delata não só tem a pena diminuída, mas ainda goza o direito de cumpri-la nas mansões praianas ou em casas e apartamentos de metros quadrados a perder de vista.

 

Ser delator tem sido algo muito promissor. E ainda vem coisa pela frente. Estamos estarrecidos com o desenrolar dos fatos. Em plena Lava Jato, políticos de envergadura continuam praticando crimes. É uma desfaçatez vergonhosa. Nosso assombro tenta recusar o escabroso volume de informações.

 

E tem as mulheres dos políticos, as cenas mais inacreditáveis, as caras-de-pau desta trágica história brasileira, as supostas madames em excesso, num tempo em que ser simplesmente madame ficou tão fora de moda. A que gastou dinheiro de monte, achando a vida bela, sem nunca se preocupar com a origem do mesmo. Meu marido pagava e pronto. Tem a outra, que resolveu revelar a conta do e-mail junto com a presidenta. Onde já se viu isso? É de abalar a República!

 

Tem a senhora Batista, com ares ainda de senhorita, que dá uma entrevista expondo a vida luxuosíssima, olha, vivo assim, dá pra reformar a casa sempre, viajar, ter empregados, chego em casa e meu carro está abastecido, não sei quanto custa o litro da gasolina,  eu podia comprar uma bolsa por dia, mas não faço isso. Tadinha. Compra! E era jornalista, dividia a bancada com o Boechat, na Band, até pouco tempo. Uma alienação de dar pena. Não, de dar engulhos, raiva, ódio!

 

E quanto às propinas, ninguém mais pede 100 mil, 200 mil, 500 mil. É tudo na base dos milhões. Vai logo pedindo dois milhões, não seja bobo. Todo brasileiro já sabe como pedir propina neste país. Quanto é? Uns cinco milhões, tá bom. Simples assim. Tem quem pague. E depois cobra o preço lá na frente. Entrega tudo. Dá uma banana pro Brasil e foge para os Esteites da vida.

 

A história dos irmãos Batista é algo que​ ​escapa​​​​ à nossa vã compreensão. A gente lê, lê, lê e continua incrédulo. Riquíssimos, donos de uma fortuna incalculável, vão sair dessa rindo da nossa cara. Consta que se beneficiaram de bancos estatais, receberam dinheiro a rodo. Cineastas, quem ​será ​o primeiro a rodar o filme “Os irmãos Batista”?

​          Vivemos numa democracia, e isso não tem ajudado muito. A alma da nação sangra e a brava gente brasileira está confusa. Falta aqui uma política do bem. ​

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