A religião do amor

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!cid_6E4B59E518904EA88569442A2BF0D522@pcPerguntaram-me se não haveria luxo demais em certas igrejas, com críticas à “riqueza do Vaticano”. Agora, o alvo é o tal Templo de Salomão, erguido pela Igreja Universal, em São Paulo. De fato, trata-se de uma obra colossal, de rica arquitetura, réplica do que teria sido o templo sagrado.

Uma religião nos reúne numa mesma fé. Ricos e pobres, médios e remediados, todos conhecem o bem e o mal dentro de suas consciências. Quem tem muito sabe que deve repartir. E as religiões podem cumprir um papel social importante, quando pregam o amor, a caridade, a fraternidade, combatendo também as injustiças.

As igrejas não precisam ser pobres de uma vez, no sentido material. Não é preciso renunciar à pompa e aos belos rituais, por exemplo. Deus merece a beleza, o cerimonial cheio de luz e de brilho do Espírito Santo.

Mas no seu coração, na sua essência, uma Igreja pode ser também santa e bela, pequena e humilde. A Igreja que salva almas, que prega o Reino, lembrando que não somos  deste mundo e que nossa pátria é a celeste, é uma instituição de promessas espirituais.

Contudo, ela não seria Igreja se fechasse os olhos às injustiças a sua volta. Se ela pode fazer algo para a promoção do ser humano, “para que todos tenham vida e vida em abundância”, que seja feito, dentro de valores morais edificantes, que resgatam a dignidade humana.

Hoje, as igrejas se multiplicam e mesmo na tradição católica há dissidências que são vistas com reservas, como a Teologia da Libertação. Parece haver alguns equívocos ali. Politizaram demais a Igreja?

Vejo o trabalho dos vicentinos. É maravilhoso! Como ajudam os pobres, organizam cestas, bingos, socorrem os necessitados. Tenho uma irmã vicentina e vejo o quanto ela trabalha. São Vicente de Paulo é exemplo de amor, de caridade e não fez política alguma, não fundou nenhum movimento de seguidores fanáticos.

São Francisco nos inspira a pobreza no espírito e a humildade. São Camilo é modelo de amor aos enfermos. Inúmeros são os exemplos de pessoas e de santos, a figura da Madre Tereza de Calcutá, que se consumiu pelos pobres, desvalidos e doentes. Todos eles trabalharam pela Igreja, por uma causa feita de amor, sem contestar a doutrina que abraçaram, fazendo valer o “amai-vos uns aos outros”.

Jesus foi tão simples; Deus não é complicado. Às vezes, parece que algumas confissões religiosas tentam sofisticar e complicar a teologia. (Sei que há agnósticos e ateus entre os leitores e a eles apresento meus respeitos).

Aos que acreditam em Deus, ouso dizer que Ele só deseja uma coisa de nós: o nosso coração. O julgamento divino será na base da medida com que amamos.

Possa cada crença ser depositária do amor. Embora diferentes na sua doutrina, que as religiões sejam a bandeira do lema mais belo e fraternal: “faze o bem sem olhar a quem”.

 

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