Salmos que me cativam

Os textos de diferentes autores publicados nesta seção não traduzem, necessariamente, a opinião do site. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Convidada a escrever sobre um versículo bíblico que mais me cativa ou me fascina, quedo-me a pensar que não posso escolher um só. E anuncio minha predileção pelos salmos, sua grandeza e beleza, pelo estilo literário e pela ação de cura em nossas vidas.

Começo o dia buscando a face de Deus. “É a Vossa face, Senhor, que eu procuro”. Que ninguém comece o dia sem a leitura de um salmo bíblico. Se as pessoas soubessem o poder curativo da voz do salmista, cantando bálsamos para as feridas da nossa alma, jamais deixariam de recorrer a este remédio dos céus.

Gosto de louvar e de cantar os salmos, compondo melodias para eles. Conheço uma pessoa que se levanta à noite para louvar, pois é acordada pelo Espírito. E nas madrugadas geladas do inverno sente o corpo arder de calor. O que se passa, então, nos louvores noturnos, é algo que pertence a um território sagrado.

Jamais me cansarei de pedir ao Pai: “Dai-me bom senso e sabedoria, pois confio nos Vossos mandamentos”.  Hoje, olhamos para o mundo e vemos grande aridez em toda parte. Há tumulto nas cidades. Rumores de guerra no ar. Violência e corrupção. Multidões ávidas de novidades, cantando músicas sem sentido, consumindo um alimento fraco e sem substância, enquanto os céus oferecem um banquete de rei ao primeiro que chegar.

Reina no mundo um desenfreado apelo de sedução e confusão, não condizente com as coisas do espírito. Meninos hipnotizados por jogos de morte; meninas que deixam para trás a infância e a inocência para requebrarem lascivas e precoces. Casamentos destruídos por traições, ciúmes doentios, mortes dolorosas. Famílias sacrificadas na sua missão primeira de educar e ser aconchego para os filhos. Lares desestruturados, ausência de caridade, de compreensão e de afeto.

Em tempos de consumo, como falar de renúncia e desapego? Como levar às pessoas uma mensagem de luta, mas também de resignação, quando um gesto de humildade já não tem nenhum sentido? Todos querem o sucesso, a fama, o dinheiro, seduzidos pelo materialismo exacerbado.

É hora de clamar a Deus e orar. “Fazei que eu compreenda o caminho dos Vossos preceitos”. É hora de se pôr de joelhos e pedir pela salvação deste mundo que parece desmoronar. “Restabelecei, Senhor, o nosso destino”. O salmista diz que “os que semeiam com lágrimas recolhem entre cânticos”.

Amo especialmente o Salmo 16,6: “A corda mediu para mim um lugar aprazível; bela é a porção que me coube”. Quem lê, entenda. E o Salmo 116,6: “O Senhor vela sobre os simples”. O Senhor é Aquele que sonda o nosso coração, visitando-nos continuamente. A força do Espírito paira sobre a face da terra e a faz estremecer, mas é em nossa alma que o Senhor imprime Sua lei eterna e imutável.

Porém, de todos os salmos, há um que me cativou para sempre e que repito sem cessar: “O Senhor é meu pastor, nada me falta”. Amado salmo 23!

Canto um salmo toda vez que me sinto frágil e desamparada. Canto um salmo para a vida, rezo para que o amor, a fé e a caridade sejam a maior e única razão da nossa existência.

Deixe uma resposta