A aventura de “espiar joelhos”

A sexualidade humana é um dos mais fascinantes mistérios de nossa longa história. Consideremos – apenas para efeito de rememoração – o mito de Adão e Eva. O fantasma do sexo já está lá. Sem sexo, não haveria vida. Portanto, deveria ser  algo como o ar que se respira, a água que se bebe. Mas, de tão misterioso e inquietante, parece ser uma novidade surgida apenas ontem. Cada geração discute tudo de novo, mesmo que sob outras formas, circunstâncias e aspectos. Todavia, é a mesma inquietação que acompanha a humanidade desde sempre.

No nosso mundinho do espetáculo, do descartável, do relativismo absoluto e do imediatismo enlouquecido – sexo virou negócio, objeto de mercado. Mas ainda inquieta. A civilização ocidental tanto fez que acabou por confundir  sexualidade humana com sexismo ou genitalismo. A sexualidade é a integralidade do ser humano, onde se afirma a sua personalidade. Não se trata apenas de corpos, mas de algo mais profundo. Amamos e procriamos a partir de nossa sexualidade, da atração que um exerce sobre o outro. Para o ser humano, o apenas copular traz, consigo, consequências tão inesperadas que o rápido prazer se transforma em desconforto e tristeza.

Há, ancestralmente –  entre homem e mulher – um ritual, semelhante, sim, à caça e ao caçador. O homem – para conquistar – corteja, insinua-se, dissimula.  Quando a mulher deixa de entender isso – esquecendo de seu milenar fascínio  – o jogo sexual perde a graça.

O  segredo feminino está no véu, que insinua sem deixar ver plenamente. Se sexualidade é mistério, o mistério maior é a mulher. Se ela se banalizar, o mistério acaba. Mas,  minha opinião não importa. Pois sou daquela geração inquieta que se deliciava  quando as normalistas, nos bancos de jardim,  sutilmente – com malícia estudada – deixavam aparecer, sob a saia plissada, um pedaço dos joelhos. “Espiar joelhos” era uma aventura da juventude.

Mulheres orientais – que apenas mostram os olhos – são mais sedutoras do que o feminismo masculinizado e viril.

 

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