Ambulantes na Rua do Porto

Não há mais dúvidas de a Rua do Porto ter-se tornado o principal ponto de atração turística em Piracicaba, uma região que se transformou numa rica e atraente área gastronômica. Nos finais de semana, basta observar-se as placas dos veículos para se ver a diversidade de cidades de origem dos visitantes. São turistas de fim-de-semana – ou de apenas um dia – de praticamente toda a região.

Se isso é um sinal altamente alvissareiro, não deixa, por outro lado, de ser preocupante. Pois a Rua do Porto, apesar do evidente esforço dos comerciantes do local, carece de cuidados e atenções que não lhe têm sido oferecidos. A questão de segurança está praticamente equacionada. Os serviços de restaurantes melhoraram consideravelmente, apesar de muito, ainda, precisar ser feito, pois turismo é, antes de mais nada, uma indústria de cuidados, de atenções e de um mínimo refinamento. O tempo e a concorrência haverão, porém, de, certamente, fazer com que isso se aprimore.

O que chama a atenção, no entanto, e negativamente, é o absoluto descuido das autoridades em relação ao número abusivo e cada vez mais escandaloso de ambulantes no local. A Rua do Porto virou o paraíso da ilegalidade, pois são vendedores – quase todos vindos de cidades vizinhas – oferecendo produtos pirateados, como CDs e brinquedos chineses, além do abuso em relação a menores, ilegalmente transformados em pequenos vendedores.

Não se sabe o que a fiscalização está fazendo, a menos que descansando por ser fim-de-semana, especialmente domingo. E menos se sabe, ainda, da ação e da atuação de uma certa secretaria de desenvolvimento social – ou algo que o valha – que deveria estar atenta ao abuso do trabalho infantil, em área nobre para o desenvolvimento turístico e gastronômico de Piracicaba.

Turistas e freqüentadores da Rua do Porto não têm sossego para uma refeição descontraída, para saborear também a paisagem, para relaxar num ambiente bucólico e privilegiado como a Rua do Porto. Como que acostumados, os comerciantes do local nada fazem para coibir os ambulantes, ou não podem ou não conseguem. A responsabilidade é do poder público. Que deveria, de alguma forma, estar colocado sob suspeita. Por omissão ou por conivência.

Trata-se de um comércio ilegal que, além de tudo, causa pleno desconforto aos freqüentadores do local. E pior: é uma ilegalidade que se vem mantendo há muitos anos, o que permite que qualquer santo desconfie. Bom dia.

Deixe uma resposta