Não merecem a terra

O MST deu, para si próprio, o golpe mortal que faltava para o país pedir o basta final a tantos anos de desrespeitos e de violência. As cenas da derrubada criminosa de laranjais, o legado de destruição gratuita de máquinas, móveis e imóveis deixado pelos vândalos deram o mais vivo testemunho de que o Brasil não pode mais conviver com aventuras e bandalheiras, seja lá quem forem os seus autores.

A destruição dos laranjais – criminosa por si mesma e um atentado à natureza – foi uma violência inominável que apenas demonstrou não serem, grupos do MST, lavradores, homens do campo, amantes da terra. Pois estes, antes de mais nada, tem a terra e o solo como sagrados e as árvores, os frutos, como dádivas a serem respeitadas. O MST mostrou-se dendroclastra, um movimento que não respeita as árvores e, portanto, indigno da terra. Que respeito se pode ter por pretensos agricultores que são os primeiros a destruir a produção, os frutos, a colheita?

Essa violência faz parte de alucinações fanáticas e irresponsáveis como as que estão acontecendo no Oriente Médio, onde fanáticos judeus fundamentalistas, em terras ocupadas de palestinos, destruíram centenas de oliveiras, matando-as, pouco se lhes dando se se trata de símbolos sagrados da humanidade. Destruidores de árvores e violentadores da natureza não merecem a terra e a convivência com humanos, frutos dela. Apenas para lembrar: a palavra homem origina-se de húmus. Homem é terra.

Pela primeira vez, na discutida e discutível jornada do MST, houve unanimidade nacional de repúdio e de indignação. Quando, pela oposição ao governo Lula e ao PT, se falava que o MST praticava o terrorismo rural, muitos duvidavam da afirmação. Mas o que houve na invasão dos laranjais foi puro terrorismo, vandalismo insuportável para uma organização que deixa cair a máscara revelando a face cruel do oportunismo, do desrespeito e da criminalidade.

Qualquer defesa que se faça, agora, desse vandalismo será conivência com o crime e com o atentado à ordem institucional brasileira. Seus autores não são dignos da terra. E, portanto, não a merecem. E, ao mesmo tempo, eles nada têm a ver com o novo momento do Brasil, que é de seriedade, de esperança e de união nacional. Bom dia.

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