A dança deles. E a nossa.

A deputada Angela, do PT, dançou para valer diante da impunidade de um de seus companheiros de partido, na questão do “mensalão”. Aliás, “mensalão” é, apenas, o novo nome de gratificações que sempre se deram a políticos, especialmente após o golpe militar de 1964. Cada grande grupo econômico organizado, conglomerados internacionais, até mesmo médias e grandes empresas nacionais, quase todos os detentores de algum poder econômico têm deputados, senadores, até vereadores no aconchego de suas folhas de pagamento. E prefeitos e governadores e – quem duvida? – até presidentes da República. Incluindo um que outro ditador do antigo regime militar. Ora, estão nos anais da história política brasileira as “gentilezas” prestadas, por exemplo, ao ditador Arthur da Costa e Silva em seus devaneios de jogatina. E vai por aí.

A dança da deputada Angela não tem novidade alguma. A confraria política é uma festa permanente. Quando se chegou à corrupção envolvendo personalidades do PSDB e do PFL, o comportamento de deputados e senadores mudou. Pois, se o PT foi nivelado a todos os demais partidos, isso significou, apenas, que atirar a pedra no telhado do vizinho passou a ser perigoso. E que se registre logo, para não haver surpresa depois: José Dirceu irá recuperar, senão o mandato, pelo menos o direito de voltar a ser candidato. Logo, logo, virá decisão do Supremo Tribunal Federal, que se tornou a mais poderosa confraria política do país.

Políticos, de maneira geral, sempre estão em festa, dançam. O povo dança, mas obrigado, feito cavalinho de carrossel. Políticos dançam de festa prazerosa. O povo dançamos para sobreviver.

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