Alegria, tristeza, mosaico da vida.

Há alguns anos, a profissão de jornalista era tida, por pesquisadores, como a segunda mais estressante. A primeira, a de motorista de ônibus. Novas atividades, novas profissões, novos comportamentos devem ter alterado a relação profissão/estresse. Mas em nada mudou a tensão da vida jornalística, essa passagem diária entre o horrendo e o belo, entre o exemplar e o condenável, entre o auspicioso e o desanimador.

As principais informações de A PROVÍNCIA, em nossa área do cotidiano da cidade, passa por esses contrastes, pelos conflitos, por aquilo que proporciona orgulho e o que envergonha. É o mosaico da vida. É a fantástica aventura humana na qual há modelos para tudo: para o bem e para o mal, para o bom e para o mau, para o altivo e para o medíocre.

Veja-se a ironia que, no entanto, enche Piracicaba de orgulho: o novo reitor da UNB – a grande universidade de Brasília, manchada ultimamente por desacertos e abusos inconcebíveis – é Roberto Ramos Aguiar, piracicabano por formação e de coração, pois aqui Roberto Aguiar iniciou a sua carreira com brilhantismo tido, então, como precoce, nos já longínquos 1970. Roberto Aguiar, convidado pelo dr. Richard Edward Senn, veio para fazer parte do corpo docente das faculdades integradas, que viriam a ser a Universidade de Piracicaba, metodista. Foi uma luta, uma saga, uma conquista heróica, agora deturpada pela mediocridade de Davi Barros e seus comandados.

Roberto Aguiar, tão logo se criou a Universidade, foi o primeiro diretor da Faculdade de Direito, da qual já era professor. E, na grande crise de 1985 – semente dessa lastimável desordem comandada por Davi Barros e por medíocres fundamentalistas da “nova” Igreja Metodista – Roberto Aguiar foi um dos advogados que lutaram para evitar o golpe que, desde então, metodistas radicais intentaram contra a UNIMEP. Roberto Aguiar, com Elias Boaventura, conseguiu a vitória contra a mediocridade. Esta, no entanto, retornou com Davi Barros. Enquanto isso, Roberto Aguiar é designado para Reitor da UNB, uma das maiores universidades brasileiras. Ironia cruel: a Unimep, que criou e forjou líderes, virou ninho de pretensas lideranças medíocres…

Em mão contrária, nesse mosaico da vida, duas informações amargas: em São Paulo, é preso o jornalista piracicabano Roberto Cabrini, que tanto brilhantismo demonstrou em sua carreira; na Câmara de Vereadores, André Bandeira está sob suspeição de mau uso de verbas, também ele, que é um dos pra-bandeiras da moralidade tucana, essa que, cada dia mais, se mostra apenas para inglês ver.

O jornalismo, se não continua sendo a segunda mais estressante profissão, ainda é das mais fascinantes, ainda que quase sempre amarga. Não há dia igual a outro. Mas sempre um após o outro.

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