Aprendiz de feiticeiro.

Recuso-me a referir-me aos meios de comunicação como mídia. É macaquice brasileira, que renega até mesmo suas raízes latinas. Ora, “médium” é a palavra latina para meio; “media”, plural de médium e, portanto, meios. Os estadunidenses anglicizaram a palavra latina “media” pronunciando-a mídia. E brasileiros imitaram. Logo, a mídia a que se referem os macaquitos é a “media” latina, de médium, i. A língua inglesa denominou de “mass media” os veículos de comunicação massivos. Usando o latim. Que brasileiros desprezaram.

Isso, no entanto, é apenas prólogo, pois o difícil, atualmente, está em saber qual o verdadeiro papel social dos meios de comunicação no Brasil: se órgãos formativos e informativos, se instrumentos a serviço da democracia ou apenas a serviço de grupos, se em favor da população, se em defesa apenas de alguns. É óbvio que temos exceções, mas tão poucas que a regra do desserviço se tornou alarmante.

Veja-se a insistência com que, na imprensa e nos meios eletrônicos, se fala na reeleição do Presidente Lula, quando ele nem sequer chegou ao final do primeiro no de seu segundo mandato. As especulações são diárias, insistentes e desagregadoras, apesar de o Presidente já ter declarado, enfática e seriamente por diversas oportunidades, que não concorda com uma terceira eleição, que a força democrática está na rotatividade do poder. E não parecem ter qualquer importância, também, as afirmações, também enfáticas, de lideranças nacionais da base partidária do presidente negando e rejeitando tal hipótese. Os meios de comunicação insistem no terceiro mandato. E, com isso, jogam nuvens de poeira para não se ver e não se perceber a grande arrancada nacional em busca do desenvolvimento sólido e efetivo.

São aprendizes de feiticeiro e isso é perigoso. Porque o aprendiz, não conhecendo os segredos da feitiçaria, pode entornar o caldeirão. De repente, de tanto falar, de tanto insistir, de tanto martelas, a imprensa e os veículos eletrônicos acabarão deflagrando um movimento popular a favor da reeleição do presidente Lula. A imprensa se esqueceu do “queremismo” de Getúlio. Ou nem sequer mais sabe disso, com tantos aprendizes de feitiçaria soltos por aí.

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