Arapucas na fiscalização do trânsito.

Outras cidades de São Paulo – incluindo a própria capital – já se manifestaram contra a verdadeira “indústria de multas” criadas pelas prefeituras, verdadeira mina de ouro para novas arrecadações, usadas, inclusive, para obras feitas a critério de cada administração, até mesmo sem critérios definidos.

Piracicaba não foge à regra. Há alguns anos, vimos denunciando os absurdos que ocorrem, a violência que se comete contra a população ordeira e trabalhadora em nome de “melhor fiscalização no trânsito”. Nem sempre isso é verdade. Aliás, não há quem não esteja de acordo com mais rigor na fiscalização, com punição a infratores. Mas isso não pode implicar abusos, nem significa exploração do poder público. Pois há situações absolutamente irracionais, sem sentido que não o da multa pela simples multa, como se se tivesse preparado uma arapuca à população.

Ora, há avenidas criadas – aliás em projetos do próprio João Chaddad – para serem pistas que permitam o escoamento melhor do tráfego de veículos. No entanto, algumas delas parecem sinalizadas como armadilha para motoristas, com velocidade permitida numa variação de 40 a 60 km/h. O motorista está a 60, é obrigado a reduzir para 40, em seguida retorna a 50, assim por diante.

Exemplo de surrealismo está na entrada de Piracicaba, na Rodovia Luiz de Queiroz. O motorista, com velocidade a 100 km/h na estrada, é imediatamente forçado a reduzir a 70, logo em seguida para 50, num largo trecho em que a já avenida urbana não tem acesso algum em ambos os lados, sem qualquer passagem para pedestres, animais e outros veículos. É a arapuca. Como há outras em toda a cidade.

Fiscalizar, sim. Mas com honestidade e não com essa falta de critério que, pelo visto, não outro senão o de arrecadar cada vez mais para os apetites insaciáveis da Prefeitura. Ela quer “obrá”. Às custas de abusos e nem sempre com propósitos claros e transparentes. Se a Câmara Municipal não começar a se manifestar, talvez seja melhor Piracicaba começar a criar entidades civis mais atentas aos direitos da população.

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