E por que não Cida Abe?

Poucas vezes como,agora, no mundo dito globalizado, se torna tão perceptível, quase palpável, a sincronicidade proposta por Jung. As coisas, quando acontecem, como que ocorrem ao mesmo tempo em todos os lugares. Num lugarejo do Ceará, ocorrem ondas que também movem vilas da China. E nem chineses e nem cearenses, nem brasileiros e nem chilenos entendemos as marés que se e nos movimentam.

Ora, a ascensão da mulher em postos de comando não é gratuita e nem pode ser vista apenas como coincidência ou conquista de objetivos feministas. Há, na história humana, um momento em que a gravidade é tal e o mundo se põe de tal forma em perigo que, num murmúrio sutil e depois em onda irresistível – a mulher assume o comando da vida, como solução e resposta ao fracasso masculino. O homem, quando fala em construir, começa destruindo. A mulher, por sua natureza e vocação, é construtora desde o início, a geradora, a genetriz. Ela entende de vida mais do que o homem, que brinca com a vida, ao banalizar a morte.

Mulheres já estão no comando de repúblicas e sociedades poderosas, bastando lembrar, “en passant”, Alemanha, Chile, Argentina, o que está para acontecer nos Estados Unidos com a liderança poderosa de Hillary Clinton, a força de mulheres na Índia, nos paises eslavos, um mundo em transformação. No Brasil, cresce a tendência de, no situacionismo, a sucessão de Lula ter a poderosa e eficiente Dilma Roussef como candidata. Temos governadoras, como Yeda Crusius(RS), Wilma Faria(RN), Ana Júlia (PA), como outras houve, lembrando Rosinha Garotinho no Rio. E prefeituras, inúmeras, com mulheres liderando o Executivo: Benedita da Silva,Luiza Erundina, Marta Suplicy, entre outras.

Em 2008, mulheres estão a postos para disputar prefeituras importantes como as de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre, algumas delas. Ora, e por que não Cida Abe em Piracicaba? Pois Cida Abe – nos últimos tempos, recolhida em atividades sem grandes holofotes – foi uma das mais gratas surpresas que a vida partidária piracicabana nos deu nos últimos anos. Sua atuação como vereadora, como secretária municipal, como militante de causas sociais foi marcada por grande dinamismo, eficiência, sabedoria para fazer composições e visão de nossos problemas.

Neste final de ano, quando há um desencanto político pelos rastros deixados nas máfias das ambulâncias, dos sanguessugas, das negociações nebulosas feitas em quase todas as áreas- há uma pergunta que se impõe, pelo menos a nós mesmos: e Cida Abe, por que não?

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