Maus hábitos e perda de rubor.

Um dos sinais mais evidentes de quando uma pessoa perde o pudor, pudores, a pudidícia, o pejo, o que o povo chama de vergonha na cara – um dos sinais mais evidentes da perda disso está na ausência de rubor. Uma simples mentirinha, para alguém ainda minimamente virtuoso, fá-lo ruborizar. É o que o povo quer dizer quando afirma que “a mentira está na cara”.

Davi Barros, há ainda poucos dias, afirmou publicamente que não iria mais mentir o que, por si só, bastou como uma confissão de haver mentido anteriormente. E prometeu: “sou um homem novo”. Pelo visto, mentiu ao dizê-lo, ou continua o mesmo homem de sempre. Pois mente escandalosamente, mente para a Igreja, mente para alunos, mente para a imprensa, mente para professores. E mente tanto que ninguém mais acredita nele, o que permitiu esse espetáculo tragicômico de o reitor e diretor geral de uma universidade e de uma instituição metodista ir de faculdade em faculdade sem que haja ninguém a recebê-lo. E Davi Barros nem sequer se ruboriza diante de uma reação de repúdio que levaria a qualquer pessoa, com um mínimo ainda de amor próprio ou de vergonha, a pegar o boné e ir-se embora. Ora, quem fica num lugar onde é indesejado?

Confesso não saber mais o que pensar disso que sobrou de tal nova e trôpega Igreja Metodista, dirigida por pentecostais que, pelo visto, pouco entendem de universidade mas que, agora, temerária e perigosamente, parecem não se importar com a chamada “vergonha na cara”. Esse pudor, que falta a Davi e que a Igreja não cobra dele, tem relações íntimas e viscerais com pureza, essa virtude tão cultivada por religiosos, também por recato, por limpeza e limpidez, por decoro e decência, por honra e dignidade.

Davi Barros atropelou tudo isso e se porta como o juiz de futebol que, de tanta malandragem feita, se acostumou a ver a própria mãe xingada pela multidão sem que isso o afetasse. Há poucas semanas, foi um vigoroso manifesto de professores repudiando, majoritariamente, tudo o que Davi Barros e sua diretoria representam. Depois, um novo manifesto de repúdio a grosserias e mentiras outras de Davi Barros. Agora, a acintosa recusa de receber o diretor geral e reitor nos locais onde ele deveria ser o líder máximo e respeitado. Em seguida, são estudantes, devedores da Unimep, que se sentem acuados como se perseguidos por usurários à antiga. Amanhã, serão as primeiras vaias. Em seguida, vaias mais amplas e continuadas. E, finalmente, barricadas para tomar posse da universidade.

Só não vê quem finge não ter olhos para ver, incluindo o prefeito de Piracicaba e o presidente da Câmara de Vereadores que estão vendo 1985 se repetir, quando eles também foram personagens. O que a Igreja Metodista espera para agir, confesso não mais saber. Mas quando vejo o que se faz com uma senhora que tem uma história anterior bonita, agora com idae provecta, a profa.Rinalva Cassiano, sendo usada como escudo para dar algum aval de credibilidade a Davi BArros, isso dói na alma. Que a profa.Rinalva, pela idade, não tenha mais discernimento para saber que hoje não é mais ontem, que não consiga avaliar as mentiras desse novo metodismo – compreende-se. O que não se compreende é que se teime em usá-la e em desrespeitar-lhe a história, à sombra a qual, aliás, Davi BArros tentou crescer sem sair dos primeiros degraus.

Alguém e alguns precisam se ruborizar na Igreja Metodista. Não é possível que ninguém e nenhuns se ruborizem diante do ridículo e do vexame, essa andança de jograis, atores de um circo mambembe à procura de público.

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