O uso da verba do Fundef.

Antes das denúncias de haver plágio e cópias no livro da Secretária da Educação, Giselda Ercolin, o vereador Fausto Rocha fizera, na Câmara Municipal, um requerimento de informações a respeito do livro, que consumira altíssima verba da Fundef (Fundo Desenvolvimento do Ensino Fundamental), confirmada, pela própria Secretaria, cerca de 290 mil reais. O Fundef não aprova empreendimentos que sejam comercializados. E a Editora Noovah América passou a comercializar os livros, oferecendo-os pela internet.

Há páginas inteiras, muitas delas, copiadas de obras do jornalista e escritor Cecílio Elias Netto, como já foi divulgado. A Fundef, portanto, forneceu a verba para a Prefeitura lançar um livro feito de cópias não apenas daquele escritor, mas, também, de artigos de outros jornalistas sem citação de fontes, sem autorização e sem referência. A editora e a organizadora do livro afirmaram que “tinham autorização do Jornal de Piracicaba”, sem se referirem de que os textos não são propriedade intelectual daquele ou de outro veículo, mas dos autores. O próprio JP, através de sua diretora Antonietta Losso Pedroso, pôs a situação às claras: “autorizou a pesquisa nos jornais, não podendo autorizar uso de textos que não eram de sua autoria.”

A questão complica-se ao se considerar o custo da obra, estranhamente caro em relação à qualidade apresentada: cerca de 29 reais por unidade. E, também, o fato de, financiado pelo Fundef, o livro ter sido colocado à venda. Na Câmara Municipal, a questão, agravada com plágios e cópias, volta a ser abordada e é lastimável ver que, justamente na área da Educação – da qual se espera o exemplo bom e a orientação firme – ter ocorrido tantos e tais desrespeitos. A Editora e a Secretária ainda negam o plágio e as cópias, mas não há como fugir às provas e às evidências.

A verba do Fundef volta a ser alvo da atenção da Câmara Municipal.

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