Palavra de Almir, assinatura de Davi.

A confusão é da e na Igreja Metodista que, inclusive, já instalou uma alternativa definidora de seus objetivos e pretensões: a Rede Metodista de Ensino, que será responsável por suas instituições educacionais, inclusive universidades. Os criadores da Rede Metodista de Ensino, de que Davi Barros faz parte, são os mesmos que romperam os vínculos ecumênicos com a Igreja Católica, um alarmante sinal de retrocesso que, conforme apontamos à época, inevitavelmente atingiria a Unimep.

Até onde a autonomia da universidade seria preservada? Esse é um problema que entra apenas como preocupação secundária para os mentores desse evangelho capenga que está mais para uma “má” do que para uma boa nova. Dizer que se trata de problema apenas dos metodistas e do metodismo seria uma maneira cômoda de se fugir ao problema, pois, envolvendo a Unimep e o IEP, envolve também Piracicaba, que é a mãe generosa que acolheu essa semente metodista. O patrimônio, em Piracicaba, desses mesmos “novos metodistas” – que não se esqueça disso, como se tem, convenientemente, esquecido de muita coisa – é fruto da participação de Piracicaba, de muitas doações, de muitas contribuições. Seria outro golpe do baú ignorar essa questão patrimonial.

Aliás, quando se fala em “federalização da Unimep” ou estadualização – conseguindo que se torne universidade federal ou estadual – por que não se falar em sua municipalização, já que tanto ela significa para Piracicaba? Temos uma nobre e muito séria instituição, competente e eficaz, que é a Fundação Municipal de Ensino. Já que Davi Barros brinca de entregar a universidade a movimentos pentecostais, por que Piracicaba não reage e, por suas mais lúcidas lideranças, não encampa essa que foi uma grande universidade piracicabana e metodista, a Unimep, e que não mais se sabe o que virá a ser? A Fundação Municipal de Ensino foi um sonho que se tornou grande realidade, da mesma forma como realidade foi a Unimep AD (Antes de Davi).

Ora, Piracicaba está num momento histórico e econômico que já fizemos questão de comparar a um renascimento. Quando se vê a ONG 2010 fazendo projetos e mais projetos em busca de uma cidade por assim dizer ideal, por que não passarmos a olhar a Unimep como valor e patrimônios também piracicabanos e não apenas metodistas, se há um metodismo que nada tem a ver com valores que Piracicaba abrigou, acolheu e ao qual se somou, desde Martha Watts?

Na realidade, os bispos mais lúcidos da Igreja Metodista – e eles ainda existem – já devem ter percebido que não haverá diálogo, não haverá entendimento, não haverá acordo, não haverá consenso entre funcionários, docentes e alunos da Unimep com Davi Ferreira Barros por uma razão muito simples, mas grave e definitiva: para toda a comunidade, uma palavra, apenas uma palavra de Almir de Souza Maia sempre valeu e ainda vale como documento e como compromisso. Mas essa comunidade não acredita e não confia na assinatura de Davi Ferreira Barros. Como diz um dos principais líderes da resistência à intervenção: “Nem que seja firma reconhecida em cartório.”

Com essa falta de credibilidade, só resta o naufrágio. Davi Barros parece orgulhoso de ser coveiro de uma história. Mas essa morte anunciada ainda não aconteceu. Coveiros também são enterrados. Às vezes, até quando estão carregando caixões alheios.

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