Por quê pagar mais pelo menos?

A Igreja Metodista, pela sua atual cúpula diretiva e majoritária – no sentido de quantidade, não necessariamente de qualidade – começa a colher os frutos do que plantou: a Unimep está sendo acuada justamente no seu “calcanhar de Achiles”, sem que haja qualquer intuito de trocadilhos, mesmo que infame, nessa comparação. A escolha foi triste, amarga e passa a ser catastrófica: a troca da excelência pela banalização.

Ora, há – especialmente agora, com o funcionamento de cursos da Anhangüera Educacional – opções de mercado, no ensino universitário, que são, realmente, adequadas aos interesses do mercado. Nenhum dos centros universitários existentes tem, como proposta, nivelar-se às universidades propriamente ditas, que se assentam num tripé fundamental: ensino, pesquisa e extensão. Centros universitários estão preocupados com o ensino, disputando, entre si, a partir de preços e da qualidade do que oferecem. A Unimep, até antes dessa nova Igreja Metodista e da patética liderança de Davi Barros, caminhava – com grandes reflexões ideológicas e educacionais – para se ombrear às grandes universidades, templos especiais de excelência no ensino, na formação, na educação de lideranças para o país. É o que acontece em todo o mundo, de onde as grandes e essenciais diferenças entre universidades e “colleges”.

A opção da nova Igreja Metodista foi para a nivelação aos “colleges”, abrindo mão de um histórico admirável de qualidade, de preservação da dignidade educacional, do idealismo acadêmico. Ora, Davi Barros e seus subordinados pentecostalistas – seja lá o que isso for – quer a Unimep dando lucro e abrigando “os nossos”, entendidos como membros da mesma seita, sectários de um mesmo grupo. E “os nossos” não precisam, necessariamente, ter qualificações para ocupar cargos de responsabilidade, pois eles são apenas “os nossos”.

A pergunta que qualquer pessoa, em não sendo idiota, hoje haverá de fazer-se: por quê estudar na Unimep, com preços tão altos e ao nível de grandes universidades, se os cursos que ela oferece podem ser obtidos, até com mais praticidade e menos fantasias teóricas, em centros universitários? Se é o diploma que interessa – e não uma carreira acadêmica, vivida num ambiente universitário que estimule pesquisa e extensão – por quê não pagar menos por qualidade igual ou superior?

A Igreja Metodista, trocando o superior pelo medíocre, cavou a sua própria cova na educação, pelo menos em Piracicaba. É pena. Mas nada está perdido. Pois homens idealistas ainda lutam para salvar o que sobrou. E, quando há dignidade demais, sempre sobra muito. A Unimep sempre teve dignidade demais.

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