E, do caos, nasce a luz…

Por mais me recuse a participar dessa politicalha que aí está, é-me impossível alhear-me desse novo mar de lama. Muitos se lamentam de uma crise que dizem insuperável. No entanto, crise significa vida, tensão na qual,  sem inércia,  surgem reações, julgamentos, tomada de decisões. A crise político-econômico pode levar a um renascimento ou à morte. Mas será, sempre, um momento de ruptura.

Ainda outra vez, o povo vai às ruas. E não importa o que digam os políticos, tentando minimizar tão reação. Ela existe, vai-se acelerando e não há quem possa prever as suas consequências. Dói-me, porém, constatar que, ao longo da vida, tenho visto explosões populares, de revolta e de indignação, desde a morte de Getúlio Vargas, em 1954. Sofrido e traído, abusado e desrespeitado, o povo brasileiro vem, há décadas e décadas, protestando, indignando-se, exigindo mudanças e respeito. E, quando elas acontecem, vêm acompanhadas de decepções sempre novas. E assim continuará, se a nossa visão democrática não se transformar em algo realmente sério e decente.

As avaliações revelam o caos: 61% da população contra o governo Temer; 71% contra a reforma trabalhista; 14,1% de desempregados, fora os que vivem de “bicos”  e de empregos indignos. É tolice, pois, fugir à realidade: não mais existe governo, pois não há governo sem povo.  Só quando se chega ao fundo do poço, reage-se para sair dele. Estamos próximos disso. Com a esperança, porém, de que é do caos que surge a luz. A luz no fim do túnel. Como será?

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