Questão apenas de inteligência

A humanidade já inventou e viveu múltiplas teorias, regras, filosofias, leis, sistemas de governo, tentativas sem fim – mas vãs – de criar sociedades estáveis e harmoniosas. Em cada latitude, profetas, reis, tiranos, filósofos, guerreiros lideraram povos e construíram civilizações, formando culturas as mais diversas. Nada deu certo, a não ser em pequenas comunidades à parte da maioria dos povos.

O império das religiões foi e continua sendo constante. Com os mais diferenciados credos: judaísmo, cristianismo, islamismo, religiões monoteístas. Mesmo estas, embora seu princípio único e comum, dividiram-se, dividem-se. E as politeístas ou apenas filosóficas ramificam-se, separam-se, ainda que em admiráveis redes como o xintoísmo, confucionismo, budismo, xamanismo e tantas outras.

E todas elas irmanam-se num eterno paradoxo: amar o outro, o próximo. Mas como fazê-lo? Como amar a Deus sobre todas as coisas? Amar é algo tão indefinível, com tantas variantes, impossível de existir como obrigação ou dever. De minha parte, confesso ser incapaz de amar a Deus sobre todas as coisas. Pois nada amo mais do que meus filhos, minha família. Por isso, passei a mudar de verbo: respeitar no lugar de amar, apesar de ser, o amor verdadeiro, também fundado no respeito.

Convenci-me de já existir a grande solução, independente de Deus ou de deuses, de leis e regras: o respeito ao Outro. Nada mais do que isso. Respeito a qualquer outro, nem que seja por conveniência. Pois é conveniente que todos nos respeitemos uns aos outros, numa grande proclamação de inteligência social. É isso: respeito é questão de inteligência.

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