Em comemoração aos 25 anos, Paixão de Cristo de Piracicaba ganha livro

Maria Teresa e AdelinoOs 25 anos de apresentações ininterruptas da encenação da Paixão de Cristo de Piracicaba serão comemorados em grande estilo. Já no início de 2014, ano do jubileu de prata, o espetáculo ganhará sua versão escrita em um livro de arte encomendado pela Associação Cultural e Teatral Guarantã.

Adelino Francisco de Oliveira e Maria Teresa Martins de Carvalho escrevem e organizam a obra coletiva, que traz um resgate histórico por meio de documentos e relatos de quem fez e ainda faz parte de uma das maiores e mais consagradas montagens ao ar livre do país.

Com três dos quatro capítulos já concluídos, o livro busca destacar o compromisso do grupo Guarantã com a arte e a cultura de Piracicaba. A primeira parte resgata as origens da Paixão de Cristo, desde seu surgimento e idealização, com depoimentos de fundadores e de alguns diretores que já passaram pela peça.

“Queremos retratar a representatividade do espetáculo para as pessoas. É importante destacar os benefícios culturais que o Grupo Guarantã trouxe para a cidade, ressaltando o espírito jovem que marca toda a trajetória do grupo, no sentido de ousadia e criatividade para superar as dificuldades”, explica Oliveira, que é doutor em Filosofia, mestre em Ciências da Religião, professor universitário, assessor da Diocese de Piracicaba e coautor do livro “Um caminho espiritual para jovens”.

O segundo capítulo da obra traz mais detalhes sobre os roteiros, os textos e as personagens, apresentando características de cada diretor, enquanto o terceiro capítulo foca na produção e evolução da cenografia, nos adereços e na ornamentação. A linguagem utilizada para a construção da obra visa apresentar um texto histórico, mas literariamente gostoso de ler.

“Nos baseamos na metodologia da historiografia francesa, utilizando os relatos e os documentos para produzir um livro de literatura que, ao mesmo tempo, é um livro de arte, para ter sempre à mão”, comenta Maria Teresa, que é assistente social judiciário. Sobre a coletividade da obra, a autora conta que reúne o Grupo Guarantã para leituras e busca pela identificação de cada membro. “Procuramos uma participação democrática, como é o perfil da associação, para colher narrativas mesmo durante as reuniões”, enfatiza.

O diretor de produção do espetáculo, Marcos Thadeus, foi o responsável por inscrever o projeto na Lei Rouanet do Ministério da Cultura, a fim de captar recursos para revisão, diagramação e impressão de 3 mil livros, que serão distribuídos às Bibliotecas Municipais do estado de São Paulo e Associações Culturais. “Inicialmente, pretendemos imprimir 3 mil cópias, que é o máximo liberado pelo Ministério da Cultura. Contudo, precisamos de verba para isso e esperamos que as empresas possam colaborar com o projeto do livro, com o intuito de abater o valor investido do Imposto de Renda da empresa ou Pessoa Física. O valor é aproximado em R$ 50 mil. Deste montante, temos R$ 11 mil captados”, explica Thadeus.

No site do Guarantã (www.guaranta.org.br), integrantes e espectadores podem fazer o registro de sua história com a Paixão de Cristo de Piracicaba. Os textos serão lidos e analisados e podem ser publicados no livro.

Para Sérgio Regonha, presidente  do Guarantã, o registro histórico da montagem é uma marco importante para o grupo e para a cidade. “A Paixão de Cristo é um símbolo de cultura em Piracicaba, que atrai turistas todos os anos e movimenta o calendário do município. Comemorar os 25 anos e ter este trabalho eternizado em uma obra coletiva tão artística, histórica e literal, é uma honra para o grupo”, enfatiza.

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