Ernst Mahle rege a Orquestra Sinfônica de Piracicaba

A primeira audição mundial de uma obra e convidados especiais integram o próximo concerto da Orquestra Sinfônica de Piracicaba (OSP), com a participação do maestro Ernst Mahle na regência. Os cantores Raíssa do Amaral (soprano) e Alessandro Greccho (tenor) integram o programa, que traz ainda Pedro Visockas na viola. As apresentações gratuitas fazem parte da 33ª Festa das Nações e acontecem no sábado, 14, no Teatro Municipal Erotídes de Campos, no Engenho Central: às 16h30 (palestra seguida do ensaio geral aberto) e às 20h30 (concerto noturno).

Segundo o diretor artístico e regente titular da OSP, maestro Jamil Maluf, é preciso reconhecer o trabalho didático-pedagógico de Mahle no país, respeitar sua importância na formação de músicos e também o conjunto de sua produção como compositor. “Se Piracicaba se destaca na música é em virtude do trabalho incansável de algumas pessoas, dentre as quais o maestro Mahle e a sua esposa Cidinha. É graças à abertura de caminhos de visionários como eles que hoje temos um público interessado pela música de qualidade na cidade”, diz Maluf.

A escolha dos solistas para acompanhar o concerto esteve aos cuidados do próprio Mahle: Raíssa Amaral é mestranda em música pela Unicamp, faz parte da Academia de Ópera do Theatro São Pedro, em São Paulo, e do Coro Contemporâneo de Campinas. Visockas é violista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e professor do Instituto Baccarelli, também na capital. Já Alessandro Greccho, que estuda com o barítono Caio Ferraz, faz o duplo doutorado em filosofia na PUC/SP e na Université Paris VIII, além de dedicar-se ao estudo da interpretação da canção brasileira com Maria José Carrasqueira.

A primeira peça do programa, de autoria de Mahle, é a ária Pobre Ivo, que abre a ópera O Garatuja, inspirada na obra homônima de José Alencar e cuja estreia aconteceu em abril de 2006, no Teatro Municipal Dr. Losso Netto. A peça recebe o acompanhamento da soprano Raíssa Amaral no papel de Marta e do tenor Alessandro Greccho como intérprete de Ivo. Na sequência, o violista Pedro Visockas faz a estreia mundial do Concerto para Viola, escrito em 2015 por Mahle em homenagem à Visockas.

Raíssa Amaral retorna ao palco para interpretar “Ah! Non credea mirarti” e “Ah! Non giunge”, árias que integram a ópera La Sonnambula, de Bellini, e que são consideradas entre as mais sublimes e mais difíceis do universo operístico. Sinfonia Nordestina, peça escrita por Mahle em 1990, encerra o programa do concerto. A obra tem como base as melodias da coletânea Danças Dramáticas, de Mário de Andrade.

Deixe uma resposta