Exposição A Arte no Silêncio é aberta

 Anjo do Juízo Final - Cemitério da Santa Casa de Misericórdi a de Porto Alegre


Anjo do Juízo Final – Cemitério da Santa Casa de Misericórdi a de Porto Alegre

Exposição que retrata acervos escultóricos de diferentes cemitérios do Brasil e exterior é aberta ao público nesta sexta-feira 10/06, às 20h, na Pinacoteca Municipal Miguel Dutra. Intitulada A Arte no Silêncio, a mostra, da artista Elisabeth Laky Gatti, que dedica-se à arte da aquarela há 26 anos, reúne 27 aquarelas e 31 imagens fotográficas de necrópoles do Brasil, Argentina e Uruguai. A visitação gratuita segue até 03/07, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; sábados, das 14h às 18h. A realização é da Prefeitura de Piracicaba, por meio da Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural).

Para a secretária municipal da Ação Cultural, Rosângela Camolese, espaços cemiteriais são ricas fontes de história, cultura e turismo. “Haja vista, por exemplo, o nosso Cemitério da Saudade, que é o terceiro mais antigo e em atividade no Estado; seu portal data de 1906 e em seu interior a riqueza do início do século passado se faz presente nos mausoléus e jazigos de importantes personalidades entre políticos, artistas e cidadãos de destaque àquela época. A exposição de Laky Gatti, que compõe ao todo 58 obras sobre este importante tema, é, no mínimo, admirável e reforça a valorização e contemplação que sempre devemos conceder às necrópoles mundo afora”, enfatizou.

“A exposição tem como finalidade a apreciação e o reconhecimento de uma arte afastada do habitual, localizada num ‘museu a céu aberto’ e que muito contribui para a compreensão da história do local, tanto no aspecto social como no aspecto histórico e político”, destacou Elisabeth, que é natural de Porto Alegre (RS). “Gostaria muito de mostrar a arte da arte, pois ela traduz muito do sentimento devotado e do lugar de contemplação. Um lugar de grandes obras, de uma iconografia rica e que em muitos países faz parte do roteiro turístico”, concluiu.

As aquarelas de A Arte no Silêncio são acompanhadas de textos de autoria de Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho, mestre em história, teoria e crítica de arte pelo Instituto de Artes da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e especialista em patrimônio cultural pelo Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Pelotas. Já as fotos agregam outra modalidade de expressão artística bastante difundida e fruto de levantamento em mais de 50 necrópoles.

A IDEIA – O interesse pelo tema teve início em 2012, quando esculturas de grande porte de um cemitério localizado na capital do Rio Grande do Sul começaram a ser removidas para a construção de um estacionamento. Os estudos deram início a um procedimento judicial que determinou a suspensão de qualquer intervenção no conjunto artístico do espaço.

A arte cemiterial que encantou a artista é produto do intenso trabalho das marmorarias que movimentaram a produção ornamental tumular entre o final do século 19 e a primeira metade do século 20. Elisabeth evoca nas aquarelas as esculturas em pedra e metal, e contrapostas na perenidade destes materiais, as lágrimas quase visíveis nos rostos de pranteadoras e anjos.

SERVIÇO – Exposição A Arte no Silêncio, composta por 27 aquarelas e 34 fotos de arte cemiterial. Abertura 10/06, às 20h, na Pinacoteca Municipal Miguel Dutra. Rua Moraes Barros, 233 – Centro. Mais informações: (19) 3433-4930.

 

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