Livro sobre a história do teatro piracicabano é lançado no Sesc Piracicaba

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A história do teatro piracicabano, desde a origem do povoamento é o tema do livro História e Memória do Teatro: Piracicaba das Monções aos Dias Atuais, do historiador, professor e diretor de teatro Felipe Marques de Menezes. O lançamento da publicação acontece no dia 15 de dezembro, às 20h, no Sesc Piracicaba. A entrada é gratuita.

A publicação teve o apoio do ProAC (Programa de Ação Cultural) Editais 2015 – realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. Ao longo do processo de pesquisa do livro, o projeto contemplou a realização de um Ciclo de Palestras gratuitas com historiadores, jornalistas e pesquisadores. Agora, cerca de 200 exemplares serão distribuídos, também gratuitamente, em bibliotecas municipais, de escolas públicas estaduais, e de universidades do Brasil, bem como para centros culturais, grupos de teatro, grupos artísticos, IHGP (Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba), entre outros.

História e Memória do Teatro: Piracicaba das Monções aos Dias Atuais é o primeiro livro escrito por Menezes. Foram algumas as motivações do autor na produção da publicação. “Primeiramente juntei duas coisas que amo: o teatro e a história”.  Menezes trabalha com teatro desde 1999, quando fundou o Grupo Forfé de Teatro. Em 2012 ingressou no curso de História – está concluindo essa graduação pela PUC- SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Outra de suas razões, foi a falta de material de pesquisa sobre o tema.

Menezes sempre foi um estudioso da história de Piracicaba. “Notei uma ausência de materiais sobre a história cultural da cidade”. Foi então que em 2015, ele decidiu enviar um projeto ao ProAc Editais. “Fui contemplado em segundo lugar em meio a mais de 270 projetos inscritos de várias cidades do estado”. O autor acredita que o pioneirismo do projeto o destacou entre os outros. “A ideia é compor uma trilogia em que eu possa contar a história do teatro, do circo e da dança, respectivamente”, acrescentou.

 

Processo – Em um ano Menezes debruçou-se sobre a história do teatro piracicabano. “O recorte é ousado, por isso, traço apenas alguns aspectos históricos”. O autor relatou que Piracicaba foi fundada em 1767, ou seja, “o livro tem a intenção de fotografar o panorama desses quase 250 anos de vida cultural da cidade, sob as marcas de Piracicaba Colonial, de Piracicaba no Império e de Piracicaba republicana”.  A proposta de Menezes, é oferecer conteúdo à cidade e aos artistas que nela vivem. “Meu livro é um presente aos artistas de teatro da cidade e interessados em geral. Não fiz um livro acadêmico, voltado ahistoriadores. Tem muito de mim ali. E, acredite: para cada linha escrita foram deixadas mais de mil linhas sem escrever”.

O objetivo do Ciclo de Palestras, que foi realizado entre julho e agosto, foi o de propiciar um ambiente de reflexão entre o público ouvinte e os palestrantes especialmente convidados. “O evento se deu no Sesc Piracicaba e contou com um público de mais de oitenta pessoas. Tivemos, na ocasião, a presença da historiadora Marly Therezinha Germano Perecin, da professora da USP Eliana Tadeu Terci, da pesquisadora Gabriela Pontin Novaes e dos jornalistas Evaldo Vicente e Cecílio Elias Netto”.

As palestras contribuíram para a construção de História e Memória do Teatro: Piracicaba das Monções aos Dias Atuais. “Foi muito importante ouvir essas importantes figuras da cidade para complementar muitas das informações que não estavam ao meu alcance. Mais interessante, ainda, do que ler a história da cidade é ter o privilégio de ouvir os contadores de história”.

Deste modo, a metodologia da escrita da história promoveu duas abordagens teóricas: a história cultural e a história oral.

Livro – História e Memória do Teatro: Piracicaba das Monções aos Dias Atuais está divido em quatro partes: 1-Tempo, 2-Espaço, 3-Sujeitos e 4-Linha do Tempo. “O Tempoapresenta um resgate histórico do teatro desde as primeiras manifestações desembocando nos séculos 20 e 21, com destaque para as últimas décadas; Espaço traz um inventário dos edifícios teatrais convencionais e espaços não edificados para fins teatrais; Sujeitos tem um mapeamento dos grupos teatrais de Piracicaba e entrevista com seis artistas da cidade: Berenice Danelon, Carlos ABC, Antonio Chapéu, Zeca Correa, Bêne Giangrossi e João Scarpa – que contam suas memórias; e Linha do Tempo que é formado por um quadro comparativo de fatos importantes do teatro no mundo, no Brasil e em Piracicaba”.

Segundo Menezes, Piracicaba só pôde ter teatro depois de 1850. Antes disso, era proibido dar espetáculos de diversão na freguesia. “Portanto, nossa história com o teatro começa tarde, quase 100 anos depois da fundação. Tivemos importantes figuras aqui: Lyson Gaster, Leandro Guerrini, José Maria Ferreira só para ilustrar os artistas”. Em relação aos grupos teatrais ele citou a Ceta (Companhia Estável de Tetro Amador), o Andaime Teatro da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e os grupos de teatro da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz).

O autor ainda lembrou que o escritor de novelas Silvio de Abreu dirigiu espetáculos com atores piracicabanos. Outra informação presente no livro é relativa aos lugares. “Tivemos importantes espaços também como o Theatro Santo Estevão, o Teatro São José e o Teatro do CALQ (Centro Acadêmico da Esalq)”. Menezes ressaltou que Piracicaba sempre foi, de fato, um celeiro de artistas e com uma riquíssima tradição teatral. “Agora é a hora de conhecermos essas pessoas, esses grupos, esses espaços. Minha tarefa tem algo de uma importância social. A cidade me deu muito e agora quero retribuir carinhosamente. Amo esse chão e esse céu”.

 

Felipe Marques de Menezes – É nascido em Piracicaba, interior do estado de São Paulo. É diretor, iluminador e professor de teatro. Fundou em 1999 o Grupo Forfé de Teatro.  É o encenador de todos os espetáculos do Forfé, com destaque para as montagens: Antígona(2004), Senhora dos Afogados (2006), Sobre Meninos, Mendigos e Poetas (2010), Travessias (2014) e Palhaços (2015). Cursou Direção Teatral na SP Escola de Teatro e no Conservatório de Tatuí. Cursou Letras – Licenciatura em Língua Portuguesa, na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Foi orientador do Projeto Ademar Guerra, da Secretaria de Estado da Cultura, atendendo grupos vocacionados de teatro em cidades do interior paulista. Cursou Linguística na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em 2009. Trabalhou como arte-educador do projeto Case (Centro de Atendimento Sócio Educativo), que atende crianças da região periférica da cidade de Piracicaba.

Também foi professor de teatro na Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente – antiga Febem), na cidade de Araraquara-SP. Foi membro titular do Conselho Municipal de Cultura do Município de Piracicaba durante dois anos exercendo o cargo de Primeiro Secretário – eleito pela sociedade civil para ocupar a cadeira de Artes Cênicas. Foi diretor da Apite! (Associação Piracicabana de Teatro de Piracicaba) e um dos criadores do Fentepira (Festival Nacional de Teatro de Piracicaba), no ano de 2006. Professor convidado da Secretaria Municipal de Educação de Piracicaba para coordenar oficinas de capacitação a professores da rede municipal de ensino. Atualmente conclui a sua graduação em História, pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). É professor, desde 2009, do Teatro Escola Macunaína, na capital paulista.

 

Informações

Livro História e Memória do Teatro: Piracicaba das Monções aos Dias Atuais

Autoria: Felipe Marques de Menezes

Editora: Urutau

Capa e Diagramação: Murilo Thaveira

Editora: Juliana Caldas

Ilustrações: Amauri Ribeiro

Produção do Projeto: Vânia Lima

 

Serviço

Lançamento do livro História e Memória do Teatro: Piracicaba das Monções aos Dias Atuais, de Felipe Marques de Menezes

Quando: 15 de dezembro de 2016

Horário: 20h

Local: Sesc Piracicaba

Endereço: Rua Ipiranga, 155 – Centro

1 comentário

  1. Felipe de Menezes em 05/12/2016 às 16:38

    Espero você lá, Cecílio!

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