Marici Salomão assume curadoria do 7º Fentepira

A dramaturga, jornalista e crítica teatral Marici Salomão assume a curadoria do Fentepira (Festival Nacional de Teatro de Piracicaba) em 2012. Coordenadora do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro, ela está na cidade esta semana para analisar os 275 espetáculos inscritos de 93 cidades brasileiras e uma montagem internacional, vinda de Moçambique. Entre as atribuições da curadora está também a analise das quatro peças locais que pleiteiam vaga na sétima edição da mostra, este ano agendada para 27 de outubro a 4 de novembro.

“O Festival tem, entre os seus principais objetivos, a formação de plateia, por isso o meu trabalho é fazer que o público entenda por onde o teatro caminha hoje”, destaca Marici, que traz para Piracicaba sua experiência como jurada, debatedora e crítica em vários festivais nacionais. Em 2011, ela atuou como curadora do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT), além de avaliadora do Festival de Teatro de Recife. Marici coordenou o Círculo de Dramaturgia do CPT (Centro de Pesquisa Teatral), sob supervisão de Antunes Filho, entre 1999 e 2003.

Atualmente coordenadora do Núcleo de Dramaturgia Sesi-British Council, Marici diz ser preciso que o Fentepira seja entendido pelo público como uma política pública pensada no seu crescimento. “Queremos conquistar também a juventude e, por isso, tentamos encontrar um formato que agrade a todos, com peças com linguagens não totalmente popularescas e nem tão elitistas, para que todos possam acessar. Nossa intenção não é elitizar o Festival”, diz.

Marici é jurada do prêmio Shell de Teatro e curadora e coordenadora artística do projeto Dramaturgias Urgentes, do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo. Na imprensa, atuou como colaboradora do Caderno 2 do jornal O Estado de S. Paulo e da revista Bravo! Em artes cênicas, é autora de O Retiro dos Sonhos, Bilhete, Maria Quitéria, Impostura e Território Banal.

INSCRIÇÕES – Mais uma vez o recorde de inscritos é quebrado. Em 2011 foram 195 grupos e este ano 275. Dos espetáculos que manifestaram interesse em participar da sétima edição, esta é a primeira vez na história do Fentepira que uma companhia sediada fora do território brasileiro fez inscrição. Trata-se da Associação Cultural Xinguerenguere, da capital moçambiquenha Maputo, responsável pelo espetáculo Frente a Frente com Deus.

O estado do Rio de Janeiro é o segundo maior em participação, com 24 companhias inscritas, sendo 22 da capital, uma de Rio das Ostras e outra de Nova Iguaçu. Já Minas Gerais tem 21 montagens, sendo nove de Belo Horizonte, seis de Uberlândia, três de Montes Claros e uma de Contagem, São João Del Rei e Ouro Preto. Na sequência aparecem oito trupes sediadas no Rio Grande do Sul: Porto Alegre (5), Caxias do Sul (2) e Canoas (1). De Goiás, todas as companhias inscritas são de Goiânia (7), como também acontece com Paraná (seis são de Curitiba).

Os demais estados são Santa Catarina (cinco inscritos de Florianópolis, Criciúma e Itajaí), Bahia (quatro grupos de Salvador e Alagoinhas), Maranhão (quatro grupos de São Luiz e Açailândia), Paraíba (três inscrições de Campina Grande e João Pessoa), Espírito Santo (de Montanha e Vitória), Roraima (duas inscrições de Porto Velho), Ceará (grupos de Fortaleza e Maracanaú), Rio Grande do Norte (dois grupos de Mossoró), além de Recife (PE) e Mourados (MS), com uma inscrição cada.

Dos inscritos, 99 grupos estão sediados na capital paulista e 84 em cidades do interior: Americana, Campinas, Guarulhos, Ribeirão Preto, Bauru, Santo André, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Santos, São Vicente, Salto, Taubaté, Paraguaçu Paulista, Quadra, Itapetininga, Vinhedo, São Sebastião, Jardinópolis, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Limeira, Hortolândia, Carapicuíba, Jacareí, Ribeirão Pires, Tatuí, Mogi das Cruzes, Penápolis, Santa Bárbara d´Oeste, Birigui, Matão, Lençóis Paulista e Jundiaí.

Para Marici, excelência artística é fundamental no processo de seleção das companhias que serão contempladas. “Quero entender os processos de trabalho dos grupos. O Fentepira não pode ser apenas uma vitrine do que há de melhor nas artes cênicas, mas precisa refletir o que companhias estão desenvolvendo no país em termos de processo criativo”, diz.

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