Concorrência desleal

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Neflix

A quinta temporada da série chegou a Netflix com bons resultados, mas há de se perguntar o seguinte: será que não perdeu o impacto? Explico: é que de lá pra cá, o protagonista, Frank Underwood (Kevin Spacey), presidente americano, e sua mulher, Claire (Robin Wright), primeira-dama tão ambiciosa quanto ele, se tornaram, ao longo da história, cada vez mais cruéis. Mas, e a vida real, com o espantoso Trump e os escândalos políticos brasileiros, não tem sido bem mais arrojada?

Que escritor imagina mais de 40 milhões em dinheiro vivo em malas comuns, como por aqui, sem soar over? Não é uma tarefa fácil, a gente tem de reconhecer. Os roteiristas devem rebolar para fazer a dupla soar maldosa sem cometer exageros. Essa “concorrência desleal” afetou até mesmo a série original, produzida no Reino Unido, em fins da década de 1990, ainda no final da era Margareth Thatcher.

Porém, é preciso reconhecer que o casal vem se esmerando na tarefa de se mostrar cada vez mais odioso. Ou apaixonantes, já que hoje em dia a atração dos vilões exerce cada vez mais empatia. Os Underwood, candidatos à reeleição, têm como rival Will Comway (Jeff Kinnaman), um sujeito totalmente sem sal, com sua cruzada moralista. E e aí que deitam e rolam. No caso dela, literalmente, já que recebe o amante nas camas da Casa Branca. O resultado é um novo fôlego à fórmula. Vamos esperar se eles nocauteiam as vilanias reais na próxima.

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