Emoção à flor da pele

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Companhia das Letras

Lázaro Ramos tem se demonstrando cada vez mais plural nos últimos tempos. Mais conhecido como ator, ele também é apresentador e em julho teve destaque na Feira Literária de Paraty (vendeu mais de 1.000 exemplares durante o evento, um recorde), ao interpretar textos de Lima Barreto, o homenageado do ano, e ao dar espaço para aquela incrível professora negra, Diva Guimarães, que emocionou a todos.

O escritor Lázaro começou pela literatura infantil, com história para os filhos, João Vicente e Maria Antonia, os “dois gigantes” para quem ele dedica esse livro, Na Minha Pele (Companhia das Letras, 147 páginas, R$ 29,90). Na apresentação, ele conta a primeira reunião que teve com a editora, em 2007, em que apresentou vários projetos, todos recusados. Então alguém sugeriu: “porque não fala como é ser ator e famoso, sendo negro?”

No princípio ele não gostou, pois admite que essa pergunta ainda o persegue até hoje. Ao mesmo tempo não quis fazer uma biografia, por se sentir ainda jovem para isso. Então, contou as coisas que passaram pela “sua pele”. Lázaro conta que foi criado numa pequena ilha do litoral baiano, Paty, em que viviam pessoas de quatro famílias e todo mundo se conhecia. Não havia exclusão ou discriminação, o que só foi descobrir depois. Foi para Salvador, a capital mais negra do Brasil, mas em centros maiores é que sentiu o que é ser o único negro que está em um restaurante, por exemplo. Do programa que apresenta até hoje no Canal Brasil, Espelho, tirou a maior parte das histórias, como essa frase do rapper Emicida: “Todos nós somos educados de uma forma muito torta a respeito do outro. O que a gente pode fazer é admitir que está em obras e ir corrigindo isso”. E sempre se pode “consertar”, admite.

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Ator se emocionou na Flip

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