Metamorfose ambulante

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Warner

Depois de ganhar homenagens pela carreira (no Prêmio da Música Brasileira) e provoca discussões (o que faz desde o começo), Ney Matogrosso tem relançado o início de sua trajetória solo. É uma caixa luxuosa, com seis CDs e preço salgado (em torno de R$ 180), mas que vale a pena para quem o admira.

São os discos que lançou logo após o final dos Secos e Molhados, e em que continuou provocando. Pássaro, de 1975, traz a emblemática América do Sul, a tocante Corsário, a intensa Bodas e a provocante Açúcar Candy (em que simula um orgasmo ao final). Bandido tem como carro-chefe Bandido Corazón, que a amiga Rita Lee fez para ele, além do mambo Pa-Ran-Pan-Pan e da toada Pra Não Morrer de Tristeza (Ney sempre plural). Pecado, de 1977, marcou por Boneca Cobiçada, Tigresa e Postal de Amor.

Com Feitiço, Ney saiu da Continental e foi para a uma gravadora maior, a Warner. Chegou às paradas dando tom dançante a Não Existe Pecado ao Sul do Equador, de Ney Matogrosso, Bandolero, das amigas Luli e Lucina, e o Tic-Tac do Meu Coração, do repertório de Carmen Miranda. Em Seu Tipo, de 1970, ele desfila canções românticas, como a que dá nome ao disco, Falando de Amor, Ardente, além de reciclar Rosa de Hiroshima, que diz ser sua música preferida. Sujeito Estranho, o sexto da lista, traz versões de Mutantes (Ando Meio Desligado) e Doces Bárbaros (O Seu Amor). Quarenta anos antes dos modernos, Ney ousava.

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