Norueguês cheio de vida

Karl Ove Knausgard

Conhecer a série literária Minha Luta, de Karl Ove Knausgard, é uma experiência ao mesmo tempo difícil e enriquecedora. Primeiro porque o norueguês escreve com uma paixão arrebatadora, sem meio termo. E depois porque, a forma como se expõe nos faz pensar em nossas próprias vidas.

Knausgard não planejou fazer os quatro livros, que vieram de um jorro, após vários anos relutando. De que ele fala? De sua própria vida. Simples (e complicado) assim. O primeiro volume, A Morte do Pai, revela o momento de se enterrar o passado, de amadurecer de vez. A sombra do homem opressor virou um sopro, e o fez pensar nele mesmo.

Depois vêm Um Outro Amor, a respeito da família que ele construiu; A Ilha da Infância, sobre os verdes anos; e Uma Temporada no Escuro, o seu abraço na literatura. A gente se pergunta se ele não teve problemas por revelar tanto dos membros da família. Teve sim. Apenas o irmão não rompeu com ele. Mas essa coragem, para o leitor, é recompensadora.