Nova voz do feminismo

sejamos

Companhia das Letras

Conhece Chimamanda Ngozi Adichie? Não? Ela é atualmente uma das vozes mais em alta da literatura feminista, com vários livros lançados no Brasil. Sejamos Todos Feministas (Companhia das Letras, 64 páginas, R$ 16,90) é um dos mais conhecidos e a cantora Beyoncé utilizou várias frases para compor a canção Flawless, um grande sucesso. Chimamanda gostou? Não. “Fique chateada porque a mídia só me procurava para falar de Beyoncé e não dos meus livros”, afirmou. Coisas da cultura pop.

O fato é que Chimamanda tem muito a dizer. Esse livro é bem curto, fácil de ler, mas ao mesmo tempo faz pensar. É provável que esse estilo direto seja a chave do sucesso que a autora vem tendo. Porém, é bom lembrar que ela tem obras mais intensas, como os romances Americanah e Hibisco Roxo.

O texto é a íntegra de uma palestra que a autora fez em 2002, nos Estados Unidos. Nascida na Nigéria, há exatos 40, Chimamanda sempre teve de escutar que o feminismo desvia a atenção de problemas mais sérios da população africana. Desculpa parecida com aquela de que a população precisa pensar em comer e não em cultura… Fiel ao título do livro, Chimamanda lembra que a única forma de mudar o machismo (que já é algo que não serve mais) se mudarmos a educação das meninas e dos meninos. Diz ela: “Ensinamos as meninas a se encolher, a se diminuir, dizendo-lhes: ‘Você pode ter ambição, mas não muita. Deve almejar o sucesso, mas não muito. Senão você ameaça o homem. Se é a provedora da família, finja que não é, sobretudo em público. Senão você estará emasculando o homem. Por que, então, não questionar essa premissa. Por que o sucesso da mulher diminui o homem?”

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