Cômicos mudos

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Buster Keaton

A era do cinema mudo marcou um tempo de sucesso de dois cômicos. Menos sentimentais que Charles Chaplin, o mais popular entre todos, eles tinham características bem definidas. Buster Keaton era “o homem que nunca ri”, sempre mantendo a cara séria (ou de bobo), enquanto o mundo desabava a sua volta. Harold Lloyd era conhecido pelo humor físico, com cenas arrojadas e que desafiavam a lógica.

Buster Keaton, nome artístico de Joseph Frank Keaton Jr., nasceu em 1895 e morreu em 1966. Considerado o grande rival de Chaplin no mundo da pantomima cinematográfica, começou a carreira ainda criança, no teatro, com os pais. O grupo Os Três Keaton mostrava como disciplinar uma criança mal-educada.

Os filmes de Keaton sempre mostram grandes fugas e correrias. Mas logo ele percebeu que teria mais sucesso se mantivesse as feições impassíveis. Assim, acreditava que o espectador se projetaria nele. E foi o que aconteceu. Um de seus primeiros sucessos foi O Homem das Novidades, em que um fotógrafo troca sua profissão pela de cinegrafista.

Fez dupla com o cômico Roscoe Fatty Arbucle, com quem estrelou mais de 10 filmes. Mas o parceiro se envolveu num escândalo amoroso. Ao mesmo tempo, Keaton não gostava de ter a carreira amarrada pelo estúdio Metro, com quem tinha contrato.

Mesmo assim, alcançou enorme sucesso em A General, em que “contracenava” com um trem. Porém, a vida pessoal estava em frangalhos por causa de um casamento arruinado. Ficou em relativa obscuridade até reaparecer em Crepúsculo dos Deuses (1950) e Luzes da Ribalta (1952), onde atuou ao lado do rival, na verdade amigo, Charles Chaplin.

Harold Llloyd (1893-1971) criou um tipo de enorme sucesso na era do cinema mudo e atuou em nada menos que 214 filmes. Mas não se adaptou ao cinema falado e interrompeu a carreira nos anos 40.

No começo da carreira, parecia um imitador de Chaplin, mas com o tempo definiu sua persona nas telas. Usava sempre chapéu de palha e óculos de aro de tartaruga. A personalidade era de um homem tímido e estressado que de repente se via no centro de uma situação maluca.

Um de seus maiores sucessos, O Homem Mosca, mostra um homem pendurado nos ponteiros de um relógio, cena marcante até hoje. Em O Tímido, para evitar que sua noiva se case com um vilão, percorre toda a cidade em disparada, utilizando vários meios de transporte, de bonde a cavalo, de carroça a automóvel.

Ficou marcado como o homem americano comum que de repente se vê confrontado com forças que ele não conhece e não sabe quem como enfrentar. Por isso, teve tanto sucesso no começo do século 20. Hoje, porém, não é tão lembrado quanto merecia.

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