O Código Hays

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O Código Hays dominou (e assombrou) a produção cinematográfica de Hollywood desde os anos 1930, e prosseguiu até o final dos 60. Era um conjunto de normais morais aplicadas ao filmes norte-americanos. Uma espécie de censura comanda pelo puritanismo. Seu nome vem do advogado presbiteriano William Hays, presidente da Associação de Produtores e Distribuidores de Filmes da América.

Uma das primeiras vítimas foi a atriz Mae West, que adorava exaltar a liberdade sexual em seus filmes, e que dizia coisas como “quando eu sou boa, eu sou ótima mas quando sou má sou muito melhor”. A partir de 1932, com o lançamento de Uma Dama de Outro Mundo, ela teve de conter a língua e as cenas ousadas.

Até mesmo personagens de desenho animado, como Betty Boop, precisaram conter a sensualidade e a divulgação do “amor livre”, como se dizia na época. Embora os produtores não quisessem assumir a censura, na prática era o que acontecia. Os filmes aprovados pelo Código recebiam o selo que garantia a exibição. Os reprovados ficavam na gaveta.

A origem do Código começou na década de 20, com uma série de escândalos sexuais que abalaram a reputação da indústria cinematográfica. O mais famoso envolveu o cômico Fatty Arbuckle, acusado de estupro pela atriz Virginia Rappe. Foi por isso que os produtores contrataram Hays, membro do Partido Republicano e famoso por suas cruzadas moralistas.

Os reflexos desse index se estenderam por muito tempo. Nos filmes americanos, os casais, mesmo que fossem legalmente unidos, sempre apareciam em camas separadas. O índice proibia o que chama de “´profanidade”, deixando claro que o nome de Deus jamais seria pronunciado. Cenas de nudez eram impensáveis. Também eram vetados: cenas de uso de drogas, palavrões, miscigenação (relações entre brancos e negros), cenas de parto, exibição de órgãos sexuais de crianças, menção a doenças venéreas, ridicularização ao clero e ofensa a qualquer país.

O Código fez com que vários talentos fossem banidos da indústria e que a imagem puritana dos americanos ficasse cada vez mais forte. Somente a partir da chegada de uma nova geração vitoriosa (Spielberg, Coppola, Scorsese e outros) é que essas restrições começaram a finalmente ser deixadas de lado.

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