Orlando Silva, o cantor das multidões

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Considerado um dos cantores brasileiros mais importantes do século 20, Orlando Silva nasceu a 3 de outubro de 1915, no bairro carioca de Engenho de Dentro. Era chamado de O Cantor das Multidões, apelido dado pelo compositor Bororó, por conta de seu enorme sucesso. Sua gravação de Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, de 1937, ainda é tida como definitiva.

A vocação para a música veio do pai, o violonista José Celestino da Silva, que participava com Pixinguinha de saraus, serenatas, peixadas e feijoadas. Mas esse clima alegre da infância se perdeu em seguida, quando Celestino faleceu, ainda jovem, vitimado pela gripe espanhola.

O gosto pelo violão, porém, permaneceu. Orlando teve uma infância e juventude cheias de música, e já era fã de Carlos Galhardo e Francisco Alves, que o incentivou mais tarde a tentar a carreira profissional de cantor. Mas antes Orlando teve vários empregos, como office boy, sapateiro, vendedor de tecidos e cobrador de ônibus.

Quando desempenhava a função de office boy, ao saltar de um bonde para entregar uma encomenda, sofreu um acidente, tendo um dos pés parcialmente amputado. Teve dificuldade para se sustentar por causa disso, mas logo foi contratado para cantar na Rádio Cajuti e o sucesso foi imediato.

Uma de suas primeiras gravações, em 1935, foi Última Estrofe, de Cândido das Neves, que teve boa repercussão. Começava uma fase áurea, nos anos 30, em que desfilou sucessos como A Jardineira, a valsa Rosa (de Pixinguinha), Caprichos do Destino e Lábios que Beijei.

A fase boa continuou nos anos 40, com Curare, de Bororó, Aos Pés da Santa Cruz e Atire a Primeira Pedra. Em todas as apresentações, era saudado como O Cantor das Multidões, que o locutor de rádio Oduvaldo Cozzi tornou popular. Foi um dos primeiros ídolos de massa, sucedendo a Francisco Alves, que morreu precocemente num acidente automobilístico.

Orlando foi também um dos primeiros nomes consagrados a sucumbir ao uso de drogas, o que afetou o seu timbre perfeito e seus agudos suaves. No começo dos anos 50, entrou em fase de ostracismo e os críticos diziam que havia “perdido a voz”. Ainda assim, emplacou alguns êxitos populares, como Quero Beijar-te Ainda, Malandrinha e Eu Chorarei Amanhã.

Nos anos 60 e 70, continuava a lançar discos, mas com regravações de seus sucessos antigos. Mesmo com os altos e baixos da carreira, artistas como Caetano Veloso e Arrigo Barnabé o consideram o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Morreu em 7 de agosto de 1978, aos 62 anos, em virtude de um AVC isquêmico.

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