Os filmes de gângster

scarface

Scarface

A década de 30 ficou conhecida em Hollywood como uma época de intensa liberdade. Isso quando ainda não vigorava o famoso Código Hays, que impôs limites morais à criatividade e deu um freio na festa. Mae West desafiava a família tradicional com seus filmes abusados e os bandidos começaram a ganhar o estrelato.

James Cagney era o ator-símbolo desse período. Em Inimigo Público (1931), ele viveu um fora da lei sanguinário que, além de dar trabalho para a polícia, tratava a amante a pontapés, chegando a esfregar uma laranja na cara da moça.

Scarface – A Vergonha de uma Nação (1932) foi outra produção fundamental. Paul Muni teve destaque na pele de um bandidão que empunhava sempre sua metralhadora. O personagem era inspirado na figura real de Al Capone e o diretor, Howard Hawks, queria retratar a família dele com o mesmo caráter místico dos Bórgia da Idade Média.

Alma no Lodo (1931) trazia Edward G. Robinson, outro ator que ficou marcado pelos papéis de malvado, na pele do ousado Rico, que deseja a lealdade de seus colegas de quadrilha e, por isso, faz os serviços mais arriscados. Ele é bandido por vocação e por paixão.

Rodado em 1938, Anjos de Cara Suja foi outro marco do gênero, trazendo o astro Cagney e abrindo espaço para Humphrey Bogart, que o sucederia no estilo. Porém, já havia o desejo de que o bandido se desse mal e ele aparece na cadeira elétrica.

A influência dos filmes de gângster chegou logo à Europa. Em 1936, o Demônio da Argélia, título brasileiro para Pepe Le Moko, trazia o francês Jean Gabin, e seu rosto de pedra, na pele de um malfeitor que fazia a polícia de gato e sapato. Essa influência chega até os tempos mais recentes. A carreira de Martin Scorsese, e suas crônicas sobre a máfia, bebeu na fonte dessas produções pioneiras.

Deixe uma resposta