Os mares de Dorival Caymmi

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Dorival Caymmi (1914 – 2008) marcou a música brasileira desde os anos 1930, com uma série de canções atemporais, cantadas até hoje. Além das famosas canções praieiras, marcou por sambas-canções emocionados.

Nascido em Salvador, era descendente de italianos e africanos. Seu pai, Durval, tocava vários instrumentos e desde menino Dorival cantava no coro da igreja. Dorival interrompeu os estudos no antigo curso ginasial para trabalhar como auxiliar de escritório e caixeiro-viajante, a fim de ajudar a família. Na mesma época, aprende a tocar violão sozinho, já com estilo pessoal, e compõe a sua primeira canção, No Sertão, de 1930.

Em 1935, ganha um programa na rádio de Salvador, chamado As Canções Praieiras de Caymmi. Porém, viaja para o Rio de Janeiro três anos depois, em busca de melhor sorte. Logo faz sucesso com O Que é Que a Baiana Tem?, incluída no filme Banana da Terra e depois interpretada por Carmen Miranda.

No ano seguinte, tem um programa na Rádio Nacional, onde conhece a cantora Stela Maris, com quem se casa e tem três filhos, todos ligados à música: Nana, Dori e Danilo. Saudade da Bahia, uma de suas canções mais famosas, chega às paradas em 1940.

Logo emplaca outro grande êxito, O Samba da Minha Terra, cujos versos “quem não gosta de samba bom sujeito não é/ Ou é ruim da cabeça ou doente do pé” são citados até hoje. Os anos 50 foram extremamente produtivos para Caymmi, tanto para as canções regionais, como Maracangalha (1956) e João Valentão, quanto a romântica Não Tem Solução.

Em 1976, a novela Gabriela, baseada no romance de Jorge Amado, alcança grande êxito na Globo. Caymmi compõe a música de abertura, cantada por Gal Costa. No mesmo ano, a cantora dedica um disco inteiro às canções do mestre baiano. Dez anos depois, a Mangueira vira a grande campeã do carnaval com o enredo Mangueira Mostra ao Mundo o que Caymmi e a Bahia Têm.

Com problemas cardíacos, retira-se aos poucos da carreira e faz shows esporádicos ao lado dos filhos. Sua obra não é considerada extensa, mas o compositor nunca teve altos e baixos, mantendo sempre a qualidade. A quantidade de gravações por artistas brasileiros de várias gerações é incalculável. Caymmi morreu no Rio de Janeiro em 16 de julho de 2008, aos 94 anos.

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