Os musicais da Grande Depressão

rua 42

Cena do filme Rua 42

Os anos 1930 viram florescer em Hollywood a moda de musicais escapistas, com números grandiosos (alguns acrobáticos) e roteiros que falavam de amores realizados e gente que conseguia dar a volta por cima. Não era nenhuma coincidência, já que em 1929 aconteceu o Crack da Bolsa de Nova York e a necessidade de esquecer as amarguras e sonhar com dias melhores virou uma necessidade artística e vital.

Esse tempo pode ser chamado de o começo da febre dos musicais. Hollywood passou a ser também uma nova esperança para atores, roteiristas, cantores e bailarinos que iam para a Costa Oeste a fim de mudar de vida. O tipo de filme que se fazia nesses anos bicudos trazia jovens com uniformes das Forças Armadas, coristas em busca de marido rico, menina do coro de musical querendo se tornar estrela. Sonhar, mais que tudo, era preciso. E os roteiros traziam doses grandes de esperança.

A Paramount foi o primeiro estúdio a abraçar a nova tendência e trouxe para o cinema grandes compositores, como Cole Porter, George Gershwin e Edmund Kern, Um dos primeiros sucessos foi The Road Show, que tornaria imortal a canção Happy Days Are Here Again (Os Dias Felizes Voltaram, nada mais apropriado) e que depois se tornaria o tema da campanha presidencial de Roosevelt.

Um dos primeiros astros do estilo foi Eddie Cantor, que logo em 1930 estrelou Whoopee. A canção Makin Whoope fez enorme sucesso e nos anos 1980 foi ressuscitada por Michelle Pfeiffer em Susie e os Baker Boys.

A Metro contra-atacou com Amor de Zíngaro, adaptado da opereta Gipsy Love, de Franz Lehar, o mesmo de A Viúva Alegre. Quem estrelava e cantava era o barítono Lawrence Tibbet, que foi indicado ao Oscar de ator, mas não teve carreira muito longa no cinema.

Mas quem traduziu bem o espírito da época foi o diretor e coreógrafo Busby Berkeley que, além de lançar Cantor, tornou famosos nomes como Ginger Rogers, Esther Williams e Dick Powell. Nos anos 40, o estilo extravagante de Berkeley se casou perfeitamente com o de Carmen Miranda, que saiu do Brasil para ser a Brazilian Bombshell dos americanos. Berkeley dirigiu grandes sucessos como Rua 42, Belezas em Revista e Caçadoras de Ouro, todos de 1933.

Na mesma época, brilhou o casal Nelson Eddy e Jeannette McDonald, que fizeram diversos filmes juntos. Vindos das operetas teatrais, eles estrelam filmes açucarados e cantavam juntos árias românticas, sempre em locais paradisíacos ou exóticos. Tudo o que fazia o público sonhar.

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