A sociedade americana nas telas

kane

Cidadão Kane

Nos anos 30, quando os Estados Unidos tentava reverter a época da Grade Depressão, o cinema oferecia para o público uma bela janela para o escapismo e a fantasia. Enquanto a economia lutava para se reerguer, filmes como Grande Hotel (1932) mostravam um luxo que parecia ter sido perdido no tempo.

A produção da Metro ficou famosa por ter elenco todo formado por estrelas. Foi nesse filme que Greta Garbo disse a frase que a tornou famosa anos depois (“I Want To Be Alone”), quando abandonou a carreira. Também brilharam John Barrymore, Joan Crawford e Wallace Beery. O roteiro mostra um grupo heterogêneo de pessoas que se cruza num luxuoso hotel.

Ladrão de Alcova, de 1933, dirigido por Ernst Lubitsch, é considerado o precursor da comédia romântica sofisticada. O enredo não mostrava amores idealizados. Ao contrário, o par central da história, interpretado por Herbert Marshall e Myrian Hopkins, é um casal que frequenta ambientes sofisticados às custas de seu prazer em roubar milionários.

Por outro lado, figuras reais e que carregavam a marca do heroísmo também levam multidões às salas de cinema. Foi o caso de A História de Louis Pasteur, em que Paul Muni interpretou uma versão romanceada da vida do grande médico francês.

Também inspirado numa pessoa real, o magnata da imprensa William Randolph Hearst, mas sem identificá-lo diretamente, Cidadão Kane (1941) revelou o talento de Orson Welles e é até hoje considerado um dos dramas mais bem-sucedidos da história do cinema.

As Vinhas da Ira, de 1940, baseado no premiado romance de John Steinbeck, foi para as telas pelas mãos de John Ford. O cineasta mostra todo o seu humanismo ao destacar a luta de uma família da Califórnia, liderada por James Stewart, em busca de uma vida melhor no Sul.

Porém, ninguém foi tão visto como divulgador dos bons sentimentos e do heroísmo do homem comum como Frank Capra. Em Do Mundo Nada se Leva, de 1938, ele mostra um casal de namorados tentando se entender no amor, apesar da grande diferença (econômica e comportamental) de suas famílias.

Já o alemão radicado na América Fritz Lang gostava de colocar o dedo na ferida. Em Fúria, que deu o Oscar de ator a Spencer Tracy, ele aborda um tema espinhoso: os linchamentos. O personagem principal é injustamente acusado do rapto de uma criança e enfrenta a fúria da multidão.

Deixe uma resposta