O Carnaval no cinema

trinta

Cena de Trinta

A folia também serviu de enredo para muitos filmes brasileiros, entre documentários e comédias.

1 – ORFEU DO CARNAVAL (1959)

A produção franco-brasileira, dirigida por Marcel Camus, ganhou o Oscar de filme estrangeiro, representando a França. A base é a peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, e tem na trilha sonora clássicos como Manhã de Carnaval e Se Todos Fossem Iguais a Você. Mas muitos brasileiros reclamaram do tom excessivamente folclórico com que retratou o Brasil.

2 – ORFEU (1999)

Quarenta anos depois, Cacá Diegues deu sua versão para a mesma história, com roteiro do hoje novelista João Emanuel Carneiro e música de Caetano Veloso. Orfeu (Toni Garrido) é um compositor de escola de samba, apaixonado por Eurídice (Patrícia França). Parte das filmagens ocorreram durante o desfile da Viradouro daquele ano, que tinha Joãozinho Trinta como carnavalesco.

3 – TRINTA (2012)

O filme de Paulo Machline conta a história de Joãozinho Trinta, interpretado por Matheus Nachtergaele, que revolucionou os desfiles a partir dos anos 70. Mostra a infância em São Luiz, o desejo de ser bailarino, a chegada no Rio de Janeiro e a forma como assume, em 1974, o desfile do Salgueiro e, contra todas as expectativas, torna-se o campeão. Depois veio a Beija-Flor.

4 – ALÔ ALÔ CARNAVAL (1936)

A comédia musical, dirigida por Adhemar Gonzaga, foi uma das pioneiras da chanchada, estilo de filme que misturava uma trama muitas vezes rala com as músicas que fariam sucesso na folia daquele ano. O título original seria O Grande Cassino. O objetivo foi apresentar os grandes cantores da era do rádio, pois ainda não havia televisão e o povo não tinha acesso aos cassinos.

5 – Ó PAI Ó (2007)

O filme dirigido pela carioca Monique Gardenberg é todo ambientado em Salvador. O título, em bom baianês, significa “olha pra isso, olha!”. Em um animado cortiço do bairro histórico do Pelourinho, tudo é compartilhado pelos moradores, especialmente a paixão pelo Carnaval. A maioria dos atores era do Bando de Teatro do Olodum. Lázaro Ramos e Wagner Moura viraram astros.

6 – O SAMBA (2014)

O roteiro e a direção são de Georges Gachot, francês apaixonado por música brasileira que já fez documentários sobre Maria Bethânia e Nana Caymmi. Mostra que o samba não é apenas uma dança com movimentos sensuais, mas linguagem e estilo de vida. O entrevistado principal é Martinho da Vila, que conta histórias sobre sua carreira e a paixão por sua escola, Vila Isabel.

7 – DAMAS DO SAMBA (2013)

A direção é de uma mulher, Susanna Lira, que mostra a presença feminina na maior festa popular brasileira. Mulheres que são pastoras, compositoras, tias das alas das baianas, madrinhas de bateria, intérpretes e muitas outras funções. Destaca a evolução do Carnaval a partir de uma entidade mestiça. Destaque para Wilma, eterna porta-bandeira da Portela, e Pinah da Beija-Flor.

8 – APAIXONADOS (2016)

A comédia romântica dirigida por Paulo Fontenelle destaca três casais que se conhecem e se apaixonam durante o Carnaval carioca. Há a história da porta-bandeira que encanta um jovem médico. Outra história mostra um casal que se conhece num bloco de rua, mas eles são muito diferentes. A terceira destaca uma menina carioca que se apaixona por um gringo que odeia a folia.

9 – CARNAVAL NO FOGO (1949)

É considerado o maior sucesso entre as chanchadas carnavalescas. A direção era de Watson Macedo, um mestre no estilo, e o elenco reúne astros como Oscarito, Grande Otelo, Eliana, Anselmo Duarte e o vilão José Lewgoy. A trama conta a ação de uma quadrilha de ladrões que planeja um grande assalto no Copacabana Palace. A cena de Romeu e Julieta é uma pérola.

10 – DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS (1976)

Durante décadas, o filme dirigido por Bruno Barreto, foi a maior bilheteria do cinema brasileiro, só superada por Tropa de Elite. A trama, inspirada em romance de Jorge Amado, começa no Carnaval, quando o malandro Vadinho (José Wilker) morre em plena folia, deixando Dona Flor (Sônia Braga) viúva. Foi refilmado ano passado, com Juliana Paes e Marcelo Faria.

Deixe uma resposta