O melhor de Maria Bethânia

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A abelha rainha da música popular brasileira continua com a majestade intacta. Dona de seu canto, Maria Bethânia nunca fez concessões.

 

1 – EXPLODE CORAÇÃO (Gonzaguinha)

A canção de Gonzaguinha exprime como nenhuma outra o estilo derramado de Bethânia. Foi feita especialmente para ela e por pouco não fica de fora de um de seus maiores sucessos, o disco Álibi, de 1978. As gravações já haviam encerrado, mas, assim que ouviu a música, ela chamou os músicos, gravou de primeira e a inclui no repertório. Não dava mais para segurar!

2 – AS CANÇÕES QUE VOCÊ FEZ PRA MIM (Roberto e Erasmo Carlos)

Deu título ao disco que ela fez apenas com canções de Roberto e Erasmo, gravado em 1993. Era uma canção que o Rei havia gravado em seu álbum O Inimitável, de 1968, mas estava esquecida. Bethânia a resgatou com brilho e um belo arranjo de cordas. O trabalho fez tanto sucesso que a gravadora a pressionou para que fizesse uma continuação. Ela saiu da gravadora.

3 – ESSE CARA (Caetano Veloso)

O mano Caetano compôs especialmente para ela e foi destaque no álbum Drama, de 1972, que ele produziu e deu uma guinada na carreira da cantora. Bethânia assumiu de vez seu lado intenso de ser. Os versos finais da música “ele é quem quer, ele é o homem, eu sou apenas uma mulher” provocaram polêmica. Algumas feministas não gostaram. Não entenderam a ironia…

4 – DA COR BRASILEIRA (Joyce e Ana Terra)

Esta é mais uma canção que foi feita especialmente para ela pelas duas compositoras e que foi destaque do álbum Mel, de 1979, um dos maiores sucessos de sua carreira. Na época, alguns críticos a definiram como uma ode ao “machismo cordial” do brasileiro, aquele ser que sabe ao mesmo tempo ser fascinante e infantil. Mas quem ama não segue muito a teoria…

5 – OLHOS NOS OLHOS (Chico Buarque)

Lançada em 1975, foi a canção que fez Bethânia saltar das rádios FM (então vistas como elitizadas) para as AM. Ela atingiu a popularidade sem apelar para o popularesco, ao contrário. Ela conta que sua guia, Mãe Menininha de Gantois, se espantou que a letra tivesse sido criada por um homem. A partir daí Chico começou a desenvolver as músicas de teor feminino.

6 – TOCANDO EM FRENTE (Almir Sater e Renato Teixeira)

Foi uma surpresa a inclusão dos dois compositores, então mais identificados com o universo rural, no repertório do disco em que ela comemorou os 25 anos de carreira, em 1990. Teixeira conta que a cantora ligou para ele pedindo sugestões de música. Assim que ele cantarolou os primeiros versos, ela gritou: “Essa é minha!” Logo Bethânia passou a cantar mais a terra em seus shows.

7 – FOGUEIRA (Angela RoRo)

Bethânia a gravou no álbum Ciclo, de 1984, um dos vários momentos em que repensou a carreira. Cansada dos rumos muito comerciais que estaria sendo levada (e que outras cantoras abraçaram sem questionar), ela parou com tudo para se reciclar. E ganhou de presente essa música, feita em sua inspiração por Angela, que nunca escondeu o fato de tê-la como grande musa.

8 – MEMÓRIA DA PELE (João Bosco e Wally Salomão)

Título de seu álbum de 1989. Foi a primeira música que gravou de João Bosco. Contam que Elis Regina considerava Bosco “propriedade” sua e jamais permitiria que ele compusesse para Bethânia, pois eram inimigas. Fofocas à parte, o fato é que a espera valeu. A canção tem mesmo a cara de Bethânia, com seus versos arrebatados e cheios de paixão.

9 – CARTA DE AMOR (Paulo César Pinheiro)

Deve ser uma das mais autorais canções de seu repertório, embora no álbum Oásis de Bethânia, lançado em 2012, seja creditada apenas ao poeta Paulo César Pinheiro. Mas boa parte dos versos foram criados por ela. Nos palcos, parecia uma resposta aos ataques que sofreu por ter aprovado um projeto pela Lei Rouanet, e do qual acabou desistindo. “Não mexe comigo!”

10 – BRINCAR DE VIVER (Guilherme Arantes e Jon Lucien)

A música foi lançada em 1983 no álbum Plunct Plact Zum, apresentado num especial infantil apresentado pela Globo. Acabou se tornando um dos maiores sucessos de sua carreira. Letra e música têm inspiração claramente sentimentais, falando da importância de manter o dom de sonhar. Um coro de crianças é destaque. E Bethânia conseguiu que não soasse piegas!

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