O melhor do sertanejo raiz

tonicoetinoco

Tonico e Tinoco

Aqui não tem nada de universitário. Essas modas de viola retratam, com alegria ou emoção, o sentimento do sertanejo autêntico.

1 – RIO DE LÁGRIMAS – Tião Carreiro e Pardinho

Como não começar com a música que tornou Piracicaba famosa em todo o Brasil? Composta em 1970, tem melodia de Tião Carreiro e Piraci e letra de Lourival dos Santos. Foi incluída no disco chamado A Força do Perdão. Fala de um apaixonado que sofre a falta da amada e se tornou um clássico sertanejo. Teve dezenas de regravações, de Almir Sater a Chitãozinho e Xororó.

2 – A MODA DA PINGA – Inezita Barroso

Até hoje pinga é chamada de “marvada” por causa dessa canção satírica e de humor irresistível. Porém, se fosse criada hoje, teria problemas com a patrulha do politicamente correto, já que o alcoolismo é visto de forma engraçada. Na ficha técnica, aparece Ochilses Laureano como autor, mas ele na verdade pesquisou canções populares. Inezita a cantava em seus shows até o fim.

3 – CHICO MINEIRO – Tonico e Tinoco

Um dos maiores sucessos da “dupla coração do Brasil”, os filhos de São Manuel. A letra fala de uma grande amizade e começa com um texto declamado no melhor jeito caipira: Cada vez que me alembro do amigo Chico Mineiro/ Das viagem que nóis fazia/ Ele era meu cumpanhero/ Sinto uma tristeza/ Uma vontade de chorar”. A história termina de forma trágica.

4 – CABOCLA TEREZA – Raul Torres e Florêncio

A canção também começava com um texto falado, em que uma testemunha contava a triste história de amor. “Lá no alto da montanha/ Numa casinha estranha/ Toda feita de sapé/ Parei uma noite a cavalo”. No final, o caboclo revela que não aguentou a traição de Tereza: “Agora já me vinguei/ Esse é o fim de um amor/ Essa cabocla eu matei/ É minha história, dotô”

5 – SAUDADE DA MINHA TERRA – Belmonte e Amaraí

A música foi gravada em 1966, num tempo em que o regime militar incentivava o “êxodo rural”. Mas veio na contramão dessa propaganda, destacando que valia mais ser feliz em seu “pedacinho de chão”. De que me adianta viver na cidade, se a felicidade não me acompanhar?, era a pergunta que nunca calou. Sérgio Reis e Milionário e José Rico regravaram nos anos 1980.

6 – COLCHA DE RETALHOS – Cascatinha e Inhana

Casados na vida real, Francisco dos Santos e Ana Eufrosina da Silva tiveram uma carreira de enorme sucesso no gênero sertanejo. As guarânias, de estilo paraguaio, casos de Índia e Meu Primeiro Amor, são famosas até hoje. Colcha de Retalhos retratava um amor que resistia a qualquer dificuldade. “Aquela colcha de retalhos que tu fizeste/ Serviu para abrigo em nossa pobreza”.

7 – FRANGUINHO NA PANELA – Craveiro e Craveiro

A dupla piracicabana Craveiro e Craveiro teve sua herança musical continuada por Cezar e Paulinho. Franguinho na Panela era o carro-chefe dos shows. A letra fala de uma situação que quase todo interiorano já vivenciou, por isso virou um clássico. “Tem dia que meu almoço/ É um pão com mortadela/ Mas lá no meu ranchinho/ A muié e os filhinhos/ Têm franguinho na panela.”

8 – BEIJINHO DOCE – Irmãos Galvão

A música foi composta em 1926 por Nhô Pai, como era conhecido João Alves dos Santos. A primeira gravação, nos anos 50, foi das Irmãos Castro, mas foram As Galvão que a tornaram um grande sucesso. Nos anos 70, Nalva Aguiar a regravou, ao migrar da Jovem Guarda para o sertanejo. Recentemente, foi tema musical de destaque na novela A Favorita.

9 – O MENINO DA PORTEIRA – Sérgio Reis

É um cururu composto por Teddy Vieira e Luis Raimundo. A primeira gravação, em 1955, foi da dupla Luizinho e Limeira. Tonico e Tinoco a registraram no ano seguinte. Sérgio Reis a regravou em 1973, dando início a sua fase sertaneja. Foi tema de filme por duas vezes, e com sucesso: em 1976 com Sérgio e em 2009 estrelado por Daniel, que repetiu o êxito nas bilheterias.

10 – A ESTRADA DA VIDA – Milionário e José Rico

Composta em 1976 por José Rico, foi sem dúvida o maior sucesso da dupla. Com ela, os cantores venderam mais de dois milhões de cópias do disco lançado em 1977 e chamaram a atenção de Nelson Pereira dos Santos, um dos cineastas mais conceituados do Brasil, e que contou a história deles num filme de mesmo nome. A dupla se desfez em 2015, com a morte de José Rico.

Deixe uma resposta