Proac, Governo do estado de SP

Gengibirra, cotubaína

A Coca Cola foi-nos apresentada apenas no pós-guerra, ainda na década de 1940. O Brasil – que tinha vultuosos créditos no mundo todo – aceitava receber, como pagamento, o que não nos era essencial: a Coca Cola, meias de nylon, perfumes. Da mesma forma como atualmente se repete com nosso comércio com a China: enviamos-lhe o essencial, recebemos o sem fim de produtos secundários. Voltemos, porém, à Coca Cola. Apenas para dizer que, antes dela, Piracicaba se deliciava com a gengibirra e a cotubaína, refrigerantes produzidos pelas famílias Andrade, do escritor Thales Castanho de Andrade, e Orlando.

Beber gengibirra era deliciar-se, especialmente nos almoços domingueiros. E o povo regozijava-se: “Gengibirra é boa pra arrotá”. A Cotubaína era o refrigerante complementar. E Thales de Andrade me contou da origem do nome: cotuba, àquela época, significava bacana, legal, especial. Logo, Cotubaína era uma tubaína especial.

 

Cecilio-Embaixador-Orlando

A gengibirra sobrevive, ainda prazerosa, ainda boa pra arrotá… E, mais do que secularmente, são a Geng-Birra e a Etubaína Orlando as soberanas do mercado, um patrimônio piracicabano. De minha parte, embriago-me de doçura ao saborear a gengibirra. E vou revelar um segredo: fui designado “Embaixador da Orlando”. Ou seja: por quase uma vida toda – acho que 75 dos meus 81 anos – beber gengibirra foi como beber a água de cada dia.  E confirmo que continua, sim, boa pra arrotá.

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