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Um arco-íris pessoal

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(imagem: StockSnap, por Pixabay)

Quem – dos que amamos Judy Garland – não se lembra, emocionadamente, do “Mágico de Oz”, imortal obra da cinematografia mundial? E quem, ainda hoje, não se deixa arrebatar pela balada “Over the Rainbow” – “Além do Arco Íris”? Pobre arco-íris, tão banalizado, nas últimas décadas, para ser símbolo de todo e qualquer movimento social! Ai de quem não se permite buscar aquilo que há e que existe além do arco-íris! E dos que não descobriram cada um de nós poder – e dever – ter um arco-íris pessoal.

Pois acreditem – especialmente vós, ó moços, massacrados pelo materialismo dos tempos – acreditem que, em Piracicaba, há arcos-íris pessoais. Já encontrei o meu. Pensei fosse delírio, mas ele me maravilhou por duas vezes. Delas, a primeira foi numa alameda desse sacrário da natureza que é o Mirante. Lá estava, eu, em muda contemplação, numa fria manhã de inverno. Não sei dizer se eram gotas de orvalho, se lágrimas dos deuses o que escorria das folhas das árvores. Então, à altura de meus olhos – tão próximo que eu poderia tê-lo apanhado com os dedos, mas não o fiz por receio de espantá-lo – um pequenino arco-íris apareceu. Entre uma e outra folha da árvore, entre uma e outra gota de orvalho, ou entre lágrimas. Não acreditei. Dei uns passos, ele desapareceu. Tentei recuperá-lo, não o consegui. Entristeci.

Algum tempo depois – não me lembro se anos, se décadas – naquele mesmo espaço, vi-me distraído e foi após um forte chuvisqueiro de verão. Descendo as escadarias do Mirante – que levam ao piso inicial, o acariciado pelas águas – lá me apareceu, novamente, o arco-íris, agora a uma braça de meus olhos. Entendi: arcos-íris anunciam-se, quase que milagrosamente, a quem busca amor, conforto, consolo, inspiração nas espumas do Salto. Parece haver – e eu creio nisso – uma oferta a cada pessoa com coração de amar. Basta, pois, tentar.

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