O Caju da Farmácia
Eis uma injustiça que estou prestes a cometer sem, no entanto, o desejar: citar um farmacêutico, o Caju, numa terra onde farmacêuticos foram os verdadeiros responsáveis pela saúde da população. Médicos eram poucos, um que outro generalista nos seus cuidados. Eram, ao mesmo tempo, clínicos e cirurgiões, curadores de gripes e de doenças terminais. Mas foram os farmacêuticos os que nos atendiam nas situações mais íntimas, em especial aquelas dos moços, que pediam maior discrição. E que levavam a rapaziada ao desespero…
Caju foi parte das famílias piracicabanas, membro delas, tal a sua dedicação às necessidades de cada um, fossem, elas, até mesmo as mais banais. Espinhas no rosto, coceira nos genitais, receios de problemas venéreos, conselhos para evitar gravidezes indesejadas – lá estava o formidável Caju para atender, orientar, cuidar. “Pharmaceuticos” eram o porto seguro num tempo de tanta pobreza e de escassez de médicos. Caju, um agradecimento eterno.
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