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Nossas ruas, inspiração pombalina

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A foto aérea do “foto postal” mostra o arruamento de Piracicaba, baseado em quadriláteros. (imagem: acervo Cecílio Elias Netto)

Ruas de Piracicaba transpiram, transudam história. Há de sempre se lembrar de que, ao contrário de quase todas as cidades com mais de 250 anos, Piracicaba teve um projeto de arruamento baseado em quadriláteros. Há todo um urbanismo de horizontalização e de verticalização. As ruas cruzam-se entre si, em praticamente toda a cidade. O admirável projeto – notável para aquela época ancestral – foi do Senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, poderosa personalidade do Império. Português, radicou-se também em Piracicaba, aqui residindo ao lado da atual Catedral, onde existiu o histórico Hotel Central, atualmente um estacionamento vertical. O Senador Vergueiro pertenceu à Primeira Regência Trina, durante a menoridade de D.Pedro II.

O projeto do arruamento foi executado pelo Alferes José Caetano. E de tal forma importante se revelou que, em 1878, Prudente de Moraes – um dos nossos Pais da Pátria – registrou no Almanaque Literário da Província de São Paulo: “…cruzando todas as ruas em ângulos retos e formando quadras ou quarteirões de 40 braças”. E prossegue: “…o que fez de Piracicaba uma das povoações melhor arruadas da Província (Estado de São Paulo)”

A pioneira iniciativa do Senador em terras paulistas inspirou-se na reconstrução de Lisboa, após o devastador terremoto de 1755. As obras prolongaram-se até o século XIX. Nicolau Queiroz – que viu parte daquela epopeia – trouxe a impressionante experiência para Piracicaba, um projeto audacioso que, em Lisboa, fora idealizado pelo Marquês de Pombal. Em resumo simplista: as ruas deviam ser largas e lineares. Um detalhe impressionante é que, nas esquinas das calçadas, fizeram-se cortes sextavados, para facilitar o contorno de veículos. Há, pois, em nossas ruas de um grande quadrilátero central, toda uma inspiração pombalina, urbanismo altamente arrojado do século XVIII. Um patrimônio imaterial riquíssimo.

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