Educação: Ateneu, Atenas Paulista

salto

SALTO DO RIO PIRACICABA – Obra de Archimedes Dutra

Monarquistas e republicanos quiseram – cada grupo a seu modo – alimentar Piracicaba de sua predestinada vocação artística e cultural. Escolas, arte, ensino, vencer os bugres nativos a partir de uma visão humanística e civilizatória – isso está na gênese de nossa história. E ninguém há que se atreva a contestar. Pode não entender o porquê, mas sabe do que foi construído, dessa vocação. Ao início da República, Piracicaba tornava-se modelo de ensino e de educação.

Em 1910, o intelectual italiano, Roberto Capri – em seu “Libro D´Oro” – admirou-se de nosso humanismo e deu, a Piracicaba, o nome que a consagrou: “Ateneu”. Mas vá lá – para minha gente compartilhar de meu orgulho infinito – é de se lembrar de Rodolpho Miranda. Ministro da Agricultura, um dos mais poderosos senhores de terras do Brasil, ele adquiriu o Engenho Central, o Palacete de Luiz de Queiroz, a fábrica de tecidos e fez, de Piracicaba, a Meca da intelectualidade àquela época. Sua mulher era Arethusa, que levou Rodopho Miranda a dar o nome de Arethusina à fábrica. E Arethusa era irmã
carinhosa e apaixonada do escritor Raul Pompéia, habitual frequentador de nossa terra, então modelo de vontade cultural.

Raul Pompeia escreveu um dos grandes clássicos da literatura brasileira, “O Ateneu”, em 1888. Roberto Capri viu, em Piracicaba, o espírito desse sonho. Logo em seguida, tornamo-nos a “Atenas Paulista”. A razão: São Luís do Maranhão – por seu altíssimo nível de alfabetização, pela quantidade e qualidade de seus escritores e intelectuais – foi considerada a “Atenas Brasileira”. Em paralelo – e pelos mesmos motivos – Piracicaba tornou-se, também, a “Atenas Paulista”.

A influência cultural de Piracicaba foi tal, já na segunda década do Século XX, que ela se tornou conhecida como “O Ateneu”, por suas escolas, ou “Atenas Paulista”. Para outros, Piracicaba seria – por seu urbanismo e desenvolvimento harmônico – a “Pérola dos Paulistas”. São nomes que revelam o prestígio de uma cidade que se organizara em torno dos mais altos valores humanos.

Esses são artigo e foto retirados do livro “Piracicaba que amamos tanto”, de Cecílio Elias Netto. Saiba mais sobre a obra.

Deixe uma resposta