Elias, sacristão do rio sagrado
*Artigo e fotos/imagens retirados do livro “Piracicaba que amamos tanto”, de Cecílio Elias Netto.
Ele era apenas Elias Rocha, homem do povo. Costumava – com sua carrocinha e um cavalo cabisbaixo – recolher, pela cidade, materiais deixados nas ruas e calçadas. Na verdade, um “catador de lixo”. Para muitos, era um desequilibrado mental que pouco se relacionava com as pessoas.
Em meados dos 1960, Elias começou a fazer, com o material recolhido, uns estranhos bonecos, colocando-os à margem do rio, num tempo de grave poluição. Poucos se importaram. Artistas e intelectuais, no entanto, perceberam as intenções do artista primitivo.
Ele fazia bonecos para proteger o rio. E as feições tentaram retratar pessoas conhecidas. Elias Rocha tornou-se o “Elias dos Bonecos”, com reconhecimento geral à sua obra, uma arte primitiva que o tornou conhecido como o “Sacristão do Rio Sagrado”. Tornou-se o nosso Arthur Bispo dos Santos caipira, um excêntrico com alma de artista.